Amadeu Guerra promete investigar “tudo o que for possível” nos casos de mortes por atrasos do INEM. Operação Influencer “ainda está pendente”

O Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, assegurou esta sexta-feira que o Ministério Público irá investigar a fundo as mortes que terão resultado de alegados atrasos nos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). A declaração foi feita durante uma intervenção em Setúbal, onde o responsável sublinhou o compromisso da instituição em apurar responsabilidades.

“Vamos investigar tudo aquilo que for possível no sentido de termos uma decisão, que é isso que os cidadãos esperam de nós”, afirmou Amadeu Guerra aos jornalistas. O Procurador-Geral admitiu que os casos em análise poderão envolver “uma situação de negligência no que diz respeito ao atendimento das pessoas”.

Quando questionado sobre a possibilidade de existirem responsabilidades políticas no caso, o responsável garantiu que “a responsabilidade de todos” será averiguada. “Quando chegarmos à conclusão que existem responsabilidades de quem quer que seja, deduziremos a acusação respetiva”, assegurou.

Apesar de frisar que espera que os processos sejam conduzidos de forma célere, Amadeu Guerra lembrou que a rapidez no desfecho dos mesmos “não depende só” da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Espero sempre que todos os inquéritos sejam céleres, mas é preciso vermos que o objetivo de celeridade não depende só de nós. Nestes casos admito que tenham que ser feitas autópsias, e é preciso esperar pelo Instituto de medicina Legal”; recordou Amadeu Guerra.

Operação Influencer: um caso ainda em aberto

Além das investigações relacionadas com o INEM, Amadeu Guerra abordou também o estado da Operação Influencer, que envolve o ex-primeiro-ministro António Costa. Segundo o Procurador-Geral, o processo ainda não foi arquivado nem resultou numa acusação formal, encontrando-se em curso.

“Quando chegamos à fase final, deduzimos acusação ou arquivamos o processo. Se não aconteceu, está pendente”,clarificou.

“Os processos esperam o tempo que for necessário”, declarou ainda, esclarecendo que o avanço das investigações está dependente da análise de documentos recolhidos na investigação. “Há um acervo documental que foi apreendido durante as diligências, e tanto quanto sei não está todo verificado”. E espera-se uma decisão em breve? “Espero que sim, mas depende do processo”, explicou.

Amadeu Guerra adiantou ainda que propôs ao Conselho Superior do Ministério Público a indicação de um novo nome para a liderança do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). “Irei falar com o novo diretor e teremos uma estratégia conjunta para verificar todos os processos e fazer um ponto de situação de todos os inquéritos”, garantiu.

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