Alpinistas do Mont Blanc arriscam caução de 15 mil euros para cobrir possível “resgate e funeral”

“As pessoas querem escalar com a morte na mochila. Então vamos antecipar o custo de ter que resgatá-los e do seu enterro.” Foi com estas palavras duras que Jean-Marc Peillex, autarca de Saint-Gervais-les-Bains – por onde passa uma rota popular para chegar ao Mont Blanc – apresentou uma nova medida.

Os alpinistas que quiserem chegar ao topo da montanha arriscam ter de pagar uma caução de 15 mil euros: 10 mil para cobrir o custo de um resgate e cinco mil de um funeral.

Em comunicado, divulgado na sua conta de Twitter, o responsável explica que a decisão acontece depois de, apesar dos avisos, dezenas de “pseudomontanhistas” contestarem os encerramentos e participarem no que descreve como “o jogo da roleta russa”.

Em particular, o autarca cita um grupo de cinco visitantes que tentaram subir a montanha “de cações, ténis e chapéu de palha”, após os guias locais terem suspendido as operações ao longo da rota, em meados de julho, devido a fortes desmoronamentos.

Embora não seja a única via de acesso ao cume, a medida visa também garantir que os custos de um eventual incidente não afetam os cofres públicos franceses.

Ainda assim, não é certo que a medida vá mesmo avançar. Isto porque, Roberto Rota, autarca de Courmayeur, disse que não tem planos de restringir o acesso. “A montanha não é uma propriedade”, afirmou.

“Nós, como servidores públicos, podemo-nos limitar a relatar condições abaixo do ideal ao longo das rotas, mas pedir uma caução para subir até o topo é realmente surreal”, acrescentou.

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