Allianz abandona investimentos “alternativos” e reforça aposta em obrigações e renda fixa
Durante anos, a Allianz, foi um dos maiores investidores do mundo e investiu milhões em propriedades, parques eólicos e até no sistema de esgoto de Londres, mas agora vai direcionar a sua atenção destes investimentos “alternativos” e reforçar a aposta em obrigações e outros títulos de renda fixa.
A informação foi avançada pela agência Reuters que sublinha que esta decisão está relacionada uma mudança radical no ambiente de investimento, com os bancos centrais a elevar as taxas de juros para conter a inflação descontrolada, o que leva a maiores rendimentos nos principais ativos como títulos de dívida e obrigações.
Giulio Terzariol, diretor financeiro da Allianz, esclareceu o repensar da empresa em novembro, quando disse a analistas numa teleconferência: “A proposta de valor da renda fixa é muito mais atraente em comparação com alguns anos atrás… é um jogo diferente”.
Os resultados da Allianz, serão divulgados esta sexta-feira, e darão uma atualização anual sobre o mix de investimentos da empresa.
No final de 2021 a Allianz tinha mais de 200 mil milhões de euros investidos em ativos alternativos, contra apenas 50 mil milhões de euros em 2015.
Entre as grandes compras estavam a participação no novo túnel de esgoto de Londres e parques eólicos dos Estados Unidos à Finlândia.
Os imóveis, que compõem a maior parte dos investimentos alternativos da Allianz, incluem cerca de 700 milhões de euros em participações no complexo Hudson Yards, em Nova Iorque, e uma torre em Frankfurt que faz parte de um empreendimento imobiliário avaliado em 1,4 mil milhões de euros.
De acordo com a Reuters, a redução da exposição aos ativos alternativos será feita de forma gradual, sem recurso a vendas a desconto das participações detidas. Annette Kroeger, CEO Europa da Allianz Real Estate, disse que a sua divisão tem uma abordagem de “esperar para ver” para os imóveis. “Nós olhamos para frente, como o resto do mercado, com cautela”, disse.
Em Portugal a Allianz também tem vários investimentos em ativos alternativos. Um deles é a participação de controlo que detém na Floene (antiga Galp Gás Natural Distribuição), concessionária de grande parte das empresas de gás em Portugal.