Aliados de Trump dizem que ‘luz verde’ de Biden ao uso de ATACMS contra a Rússia é “inconstitucional”

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de autorizar o uso de mísseis de longo alcance por parte da Ucrânia para atingir alvos em território russo gerou uma forte reação por parte de aliados de Donald Trump, presidente-eleito. Entre as críticas, foi apontado que tal ação seria “inconstitucional” e um risco à segurança dos cidadãos norte-americanos.

De acordo com informações avançadas pela Reuters, Biden tomou a decisão de permitir que a Ucrânia utilize mísseis táticos do sistema ATACMS (Army Tactical Missile System), que têm um alcance de até 300 quilómetros. Este sistema permite ataques profundos, incluindo em território russo. Fontes próximas da administração norte-americana revelaram que os primeiros ataques desta natureza podem ocorrer nos próximos dias, embora os detalhes das operações estejam a ser mantidos sob sigilo por razões de segurança.

A Ucrânia tem pressionado os Estados Unidos durante meses para obter permissão para utilizar armas de longo alcance contra a Rússia, mas até agora a Casa Branca tinha resistido devido a receios de uma escalada do conflito. No entanto, recentes relatórios sobre o alegado plano de Moscovo para enviar forças norte-coreanas para a frente de batalha na Ucrânia levaram a administração Biden a reconsiderar a sua posição.

A decisão foi imediatamente condenada por diversos aliados de Donald Trump. O representante Thomas Massie, do Kentucky, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para acusar Biden de cometer “um ato de guerra inconstitucional”. Na publicação, escreveu:

“Ao autorizar mísseis de longo alcance para atacar dentro da Rússia, Biden está a cometer um ato de guerra inconstitucional que põe em risco a vida de todos os cidadãos norte-americanos. Isto é uma ofensa passível de destituição, mas a realidade é que ele é uma marioneta emasculada de um estado profundo.”

Marjorie Taylor Greene, congressista republicana da Geórgia e uma das vozes mais fiéis a Trump, também expressou indignação. “No final do seu mandato, Joe Biden está perigosamente a tentar iniciar a Terceira Guerra Mundial ao autorizar a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance dos EUA contra a Rússia”, escreveu na mesma plataforma.

Greene destacou ainda que os eleitores já manifestaram, nas eleições de 5 de novembro, a sua rejeição a estas decisões, que considerou “contrárias aos interesses dos americanos”. Acrescentou: “O povo americano não quer financiar nem lutar em guerras estrangeiras. Queremos resolver os nossos próprios problemas. Já chega, isto tem de parar.”

A decisão de Biden marca uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos em relação ao fornecimento de armamento à Ucrânia, especialmente devido às preocupações anteriores com uma escalada do conflito. Autorizar ataques em território russo é uma medida controversa, que tem potencial para agravar ainda mais as tensões entre Washington e Moscovo.

Por outro lado, analistas políticos apontam que esta decisão poderá ser uma resposta à crescente cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte, que inclui o envio de tropas norte-coreanas para apoiar os esforços russos no conflito ucraniano.

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