Aliados de Kiev aplicam sanções ao Irão por cedência de mísseis a Moscovo

Os Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido condenaram hoje o fornecimento de mísseis balísticos iranianos à Rússia e anunciaram medidas contra Teerão, como a revogação de acordos bilaterais de transporte aéreo.

“Esta é uma nova escalada no apoio do Irão à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, através da qual os mísseis iranianos atingirão o território europeu e aumentarão ainda mais a dor dos ucranianos”, declararam os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Reino Unido e França num comunicado conjunto, após Washington ter também anunciado medidas contra Teerão.

Para a alemã Annalena Baerbock, o britânico David Lammy e o francês Stéphane Séjourné, “esta é uma escalada tanto do lado iraniano como do lado russo e constitui uma ameaça direta contra a segurança europeia”.

Os três países recordaram que já tinham avisado para novas medidas contra o Irão caso se concretizasse a transferência de mísseis para a Rússia e que afirmam “ter agora confirmação”.

Neste contexto anunciaram a revogação dos acordos bilaterais de transporte aéreo com o Irão.

A Alemanha, a França e o Reino Unido vão também promover medidas para que a companhia aérea estatal Iran Air seja sancionada.

Além disso, indicaram que vão trabalhar para identificar as pessoas e entidades envolvidas no programa de mísseis balísticos do Irão e na transferência de armas para a Rússia.

“Pedimos ao Irão que cesse imediatamente o seu apoio à Rússia na sua guerra de agressão contra a Ucrânia e que pare o desenvolvimento e a transferência de mísseis balísticos”, disseram ainda os três ministros dos Negócios Estrangeiros.

Anteriormente, os Estados Unidos também anunciaram o aumento de sanções ao Irão, incluindo medidas adicionais sobre a companhia aérea Iran Air, segundo o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, depois de se avistar em Londres com o homólogo britânico.

Os Estados Unidos alertaram o regime iraniano que o fornecimento de mísseis balísticos a Moscovo para utilização na Ucrânia “constituiria uma escalada dramática” do conflito ucraniano.

“A Rússia recebeu carregamentos destes mísseis balísticos e provavelmente irá utilizá-los dentro de algumas semanas na Ucrânia contra os ucranianos”, explicou Blinken na conferência de imprensa conjunta com Lamy.

O sistema de mísseis balísticos iraniano, que tem um alcance máximo de 120 quilómetros, permitirá à Rússia aumentar o seu raio de ação nos combates contra as forças ucranianas.

Lammy anunciou na conferência de imprensa que viajará para Kyiv com o seu homólogo norte-americano, com o objetivo de manifestarem apoio à Ucrânia, naquela que será a primeira visita conjunta em mais de uma década.

Blinken acrescentou que “é um momento crítico” para a Ucrânia, quando acontece “uma intensificação dos combates no território ucraniano” antecedendo o outono.

“Vemos que [Moscovo] aumentou os seus ataques contra as cidades, contra as pessoas, em particular visando as infraestruturas energéticas, a eletricidade, tudo isso antes dos meses mais frios”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tem um encontro agendado para sexta-feira com o Presidente norte-americano, Joe Biden, em Washington.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

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