Alemanha enfrenta escassez de mão de obra histórica. Empresas precisam de 2 milhões de trabalhadores

Mais de metade das empresas alemãs estão com dificuldades sem precedentes para encontrar mão de obra qualificada para preencher as vagas. A escassez de recursos humanos na produção pode ter graves consequências para uma das maiores economias da Zona Euro, e como consequência para toda a Europa.

A Câmara Alemã de Comércio e Indústria (DIHK) emitiu o alerta sobre as dificuldades de crescimento que assolam as maiores empresas europeias, com especial atenção à falta de mão de obra que o país tem assistido.

“Presumimos que vão permanecer vagos cerca de dois milhões de empregos na Alemanha… o que corresponde a um potencial de criação de valor perdido de quase 100 mil milhões de euros”, disse Achim Decks, vice-Diretor-Geral da DIHK, ao apresentar os resultados de um estudo do organismo.

De acordo com Decks, “o desenvolvimento do mercado de trabalho, que ainda está estável no momento, bem como as muitas vagas, não devem levar à falsa conclusão de que tudo está a correr relativamente bem e a maioria das empresas no bom caminho. Uma mistura perigosa está a formar-se à superfície por algum tempo.”

A escassez de trabalhadores qualificados aumenta, por exemplo, os desafios de financiamento dos orçamentos públicos. Em combinação com os altos preços da energia e os desafios da transformação em direção à neutralidade carbónica, a crescente escassez de pessoal pode levar à realocação da produção e serviços no exterior.

“A falta de trabalhadores qualificados não pressiona apenas as empresas, mas também compromete o sucesso em tarefas futuras: transição energética, digitalização e expansão das infraestruturas”, acrescentou.

As empresas com dificuldades no preenchimento de vagas falham mais frequentemente na contratação de especialistas com dupla formação profissional (48%) e estagiários (39%). 37% das empresas com problemas de mão de obra não têm sucesso na procura de profissionais com qualificações de formação contínua. No caso dos profissionais com formação universitária, é uma em cada três dessas empresas.

Existem também oportunidades de emprego para pessoas que não concluíram a formação profissional. 31%das empresas com problemas no preenchimento de vagas não conseguem preencher as vagas relevantes.

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