Airbnb pode ser apanhada no cerco da UE às ‘Big Tech’

A Airbnb pode estar entre as plataformas visadas quando a União Europeia apresentar, no próximo mês, um conjunto de regulamentos mais rigorosos dirigidos às gigantes tecnológicas.

Espera-se que a Comissão Europeia reveja a gestão de conteúdos em plataformas como a Google e a rede social Facebook com o seu ‘Digital Services Act’ (ou Lei dos Serviços Digitais) – o primeiro regulamento deste género desde 2000.

O objetivo é assegurar uma concorrência leal no mercado europeu, mas Bruxelas já fez saber que as regras vão exigir mudanças dramáticas nos modelos e práticas empresariais das ‘Big Tech’.

Uma das grandes incertezas recai sobre que plataformas terão de obedecer às novas regras. Mas o governo holandês anunciou que pretende que a Airbnb esteja entre as visadas.

“Para combater os efeitos secundários dos ‘alugueres de férias de curta duração’ nas cidades europeias e aplicar a legislação, precisamos de um melhor acesso aos dados de plataformas como a Airbnb”, disse esta, segunda-feira, Kajsa Ollongren, vice-primeiro-ministro dos Países Baixos, citado pela CNBC.

O governo holandês argumentou que os alugueres de férias de curto prazo “podem ter efeitos negativos nos interesses públicos, tais como o mercado da habitação, a habitabilidade, a coesão social, a segurança e a igualdade de condições de concorrência para outros fornecedores de tais alojamentos”.

Como tal, os Países Baixos acreditam que ter acesso aos dados da Airbnb lhe permitiria responder melhor a estes desafios.

A Airbnb conheceu um crescimento sólido em toda a União Europeia. Dados do Statista, empresa especializada em dados de mercado e consumidores, mostram que a percentagem de pessoas, na Holanda, que utilizam o site de aluguer cresceu de 1,6% em 2014 para 7,2% em 2018.

A chefe da concorrência europeia Margrethe Vestager explicou, no mês passado, até que ponto a Lei dos Serviços Digitais será de grande alcance. As plataformas “terão de nos dizer como decidir que informações e produtos nos recomendar e que produtos esconder”, disse, acrescentando que “terão de nos dizer quem está a pagar pelos anúncios que vemos, e porque fomos alvo de um determinado anúncio”.

Isto seria decisivo para as grandes empresas de tecnologia, que durante anos se recusaram a revelar os seus algoritmos.

Os grupos de trabalho europeus estão atualmente a decidir se as próximas regras devem ter uma abordagem mais restrita e concentrar-se num pequeno número de gigantes da tecnologia, ou se devem incluir até 20 empresas, de acordo com o Financial Times (FT).

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