Airbnb alarga os horizontes para alcançar a “maior recuperação de sempre”
O Airbnb está a mudar o perfil do seu negócio, expandindo a oferta muito além dos mercados locais. A empresa começou por anunciar, esta semana, mais de 100 alterações à plataforma, com o objetivo de alcançar “a maior recuperação de sempre” no setor das viagens.
Depois de a pandemia ter destruído 80% das suas reservas, o Airbnb foi, ainda assim, a tempo de recuperar o verão de 2020, saindo bem melhor deste cenário de crise do que a maioria dos operadores de viagens. De acordo com a Bloomberg, a avaliação do Airbnb ultrapassou o limite de 80 mil milhões de euros, superando as expetativas imediatamente após a sua tão esperada oferta pública inicial, em dezembro.
Temendo que esta vantagem possa ter os dias contados – até porque, se o ano passado as casas particulares ofereciam o ambiente ideal em termos de higiene e segurança, o relatório de maio da Deloitte mostra que cerca de 85% dos viajantes norte-americanos, por exemplo, estão a optar por hotéis -, o CEO do Airbnb, Brian Chesky, está a alargar os horizontes da empresa e a fazer novas apostas, nomeadamente tendo em conta o atual contexto de trabalho remoto.
O foco da empresa centra-se agora em “mais flexibilidade e menos constrangimentos”, tendo em conta o que os turistas mais procuram atualmente: “viajar em qualquer altura, viajar para mais destinos e por estadias mais longas”.
“O Airbnb está a introduzir três novas características para nas pesquisas: ‘Datas Flexíveis’, ‘Correspondência Flexível’ e ‘Destinos Flexíveis'”, adiantou a empresa em comunicado.
Desde fevereiro deste ano que já é possível pesquisar na plataforma com datas flexíveis, podendo escolher um fim de semana, uma semana de férias ou até uma estadia de um mês. “Desde que a ferramenta foi lançada, já houve mais de 100 milhões de pesquisas usando este critério”, referiu a empresa.
A plataforma apresenta ainda, no âmbito da “correspondência flexível”, “uma seleção mais ampla de resultados de anúncios quando se procura um lugar para ficar, exibindo casas fora dos parâmetros de pesquisa”, redistribuindo as viagens para fora dos grandes centros metropolitanos, uma tendência que começou durante a pandemia.
Surge agora também “uma nova forma de planear viagens”, que destaca os lugares menos visitados, sem selecionar um destino específico, com acomodações únicas e exclusivas, como casas na árvore e yurts.
As mudanças chegam, por último, aos anfitriões, com um novo processo de inscrição agora mais simples – “de dezenas de passos para apenas 10” –, e também aos clientes, que agora contarão com atendimento em 42 idiomas, em vez de apenas 11 como até aqui.