Abertura de novas empresas a pique em todos os setores. Mas TVDE continuam a puxar pelos transportes

Nos dois primeiros meses de 2020 foram criadas 9 189 novas empresas, menos 20,2% do que no mesmo período de 2019, segundo o Barómetro da Informa D&B, divulgado esta terça-feira. A tendência de recuo nos nascimentos, sublinham os analistas, já vinha a revelar-se nos últimos três meses, após um largo período desde 2017 em que foram batidos sucessivos recordes no nascimento de empresas,

Esta quebra acentuada nos nascimentos de empresas, detalha ainda o barómetro, é transversal a todos os setores de atividade. A exceção é o setor dos Transportes, onde nasceram mais 10,6% de empresas que no período homólogo. Este setor já tinha sido, em 2019, responsável por grande parte no crescimento do nascimento de novas empresas.

Quanto às maiores descidas na constituição de empresas foram protagonizadas pelos setores dos Serviços Gerais (menos 480 nascimentos, num recuo de 25,6%), sobretudo nos serviços ligados à saúde; Serviços Empresariais (menos 419 nascimentos, numa descida de 22,1%) e Construção (menos 404 nascimentos, numa queda de 27,9%), em especial as atividades especializadas na construção. Estes setores representam mais de metade da descida global de constituições.

A descida dos nascimentos é também transversal a todos os distritos, mas de forma mais acentuada em Lisboa e no Porto.

Encerramentos e insolvências sem inverter tendência negativa

A análise aos dois primeiros meses deste mostra ainda que encerraram 2 203 empresas, uma descida de 25,8% face ao mesmo período de 2019. Esta descida é transversal a quase todos os setores de atividade e mantém a tendência ocorrida no 2º semestre de 2019.

É no distrito de Lisboa onde a descida é mais acentuada (menos 352 encerramentos, recuando 37%), sendo mais significativa nos Retalho, Serviços Empresariais e Serviços Gerais.

Em matéria de insolvências, registaram-se, neste período, 397 processos de insolvência, representando um aumento de 10% face ao período homólogo.

Os analistas ressalvam que desde 2013 que este indicador registava uma tendência contínua de diminuição. No entanto, em 2019, abrandou a descida dos novos processos, prenunciando alterações nesta tendência, que se acentuou no último trimestre do ano.

Para a subida nas novas insolvências em 2020, contribuíram sobretudo os setores do Retalho e Grossista, em especial no ramo alimentar. Apesar de continuar a ser o setor com mais casos de novas insolvências (99), a Indústria registou uma descida ligeira (menos 5,7%) face ao mesmo período de 2019. Entre os distritos mais representativos em número de empresas, Lisboa e Braga registam um crescimento nas novas insolvências; no sentido oposto, o distrito do Porto registou menos processos de insolvência face ao período homólogo de 2019.

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