“A volatilidade do mercado de divisas continua a aumentar”, diz Diretor-Geral da Ebury

“A volatilidade do mercado de divisas continua a aumentar”, é assim que David Brito, Diretor-Geral da Ebury, classifica o cenário atual com sinais de que a subida do dólar está a perder força, mesmo depois do anúncio da semana passada de mais uma feroz subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana.

“O Dólar não conseguiu manter a subida e, na verdade, registou uma queda em relação a todas as outras moedas do G10, exceto a Libra esterlina. A estrela da semana, e também do ano até à data, foi sem dúvida o Real brasileiro, que disparou mais uma vez, na sequência da transferência relativamente pacífica do poder para o que parece ser uma administração Lula moderada”, explica David Brito à Executive Digest.

Esperava-se uma viragem na política da Fed, que não aconteceu, e com o Presidente Powell a dizer que as taxas poderão ter de subir ainda mais do que os mercados esperavam antes da reunião da semana passada. Agora, “todos os olhos se voltam para o relatório da inflação do IPC para outubro nos EUA (quarta-feira). A inflação global continuará provavelmente a cair ainda mais à medida que os preços da energia continuarem a abrandar, mas o dado mais decisivo será sempre a inflação subjacente mais persistente”.

Na Zona Euro, o cenário continua sombrio, com a inflação nos dois dígitos e a inflação subjacente a acompanhar. O Diretor-Geral da Ebury acredita que os piores receios sobre uma crise energética no inverno continuam a desvanecer-se, no entanto, do outro lado do mundo, houve um impasse no abrandamento dos confinamentos na China, o que pode fazer com que a recuperação das exportações europeias para o país possa sofrer ainda mais atrasos.