“A relação entre o desenvolvimento económico e a água é notória”, afirma Alexandra Serra, Administradora da Águas de Portugal

Portugal é um país reconhecido pelos excelentes indicadores de qualidade dos serviços de abastecimento público e de saneamento de águas residuais, e a sua relação com o desenvolvimento económico é notória.

Alexandra Serra, Administradora da Águas de Portugal – Grupo AdP, começou a sua intervenção na XXVI Conferência Executive Digest com um paralelismo entre o turismo e investimento estrangeiro em Portugal, com a água, que assistiram a uma grande evolução nos últimos 30 anos.

“Apesar de não ter uma relação direta, sem serviços de abastecimento público e de tratamento de águas residuais com qualidade não seria possível ter sucesso neste âmbito”, destacou, acrescentando que “nos últimos 30 ou 40 anos foi possível, com uma reforma institucional, muito interessante, fazer evoluir este serviço básico e, hoje, Portugal é, a nível internacional, inspirador para outras geografias com dificuldades neste serviço”.

Alexandra Serra considera que o Grupo Águas de Portugal continua a ter um papel muito importante neste trajeto de sucesso, e destaca também outros ingredientes importantes, como é a questão da regulação.

No que respeita a números, sublinha os seguintes: Em 2000, 80% da água distribuída em Portugal era controlada e segura, hoje o número é quase total, 99,9%; Em 2000 apenas 40% da população portuguesa estava ligada a serviços públicos de tratamento de águas residuais, hoje são 87%.

Para a Administradora da Águas de Portugal – Grupo AdP, os resultados são impulsionadores do “crescimento económico, da qualidade de vida e permitem que o turismo cresça”.

“A relação entre o desenvolvimento económico e a água é notória”, sublinha.

Alexandra Serra continuou a explicar que Portugal, em média, por ano, tem disponibilidades de água na ordem dos 60.000 hectómetros cúbicos, no entanto, as necessidade de água são de apenas 6.000. Portugal é dos países da Europa com mais água per capita.

Mas, então, qual é o problema? “Há dois desafios: O primeiro é que a assimetria é muito grande em todo o território; o segundo é que estivemos a última década a falar das alterações climáticas, mas apenas há pouco tempo é que sentimos o seu impacto nos territórios”, esclarece.

Como tal, sublinha a importância do investimento, não para aumentar a disponibilidade de água, mas sim para garantir resiliência nos territórios e eficiência no uso da água. Para isso, a Águas de Portugal tem previsto investir até 2030 cerca de 2.000 milhões de euros no tema da resiliência.

“Resiliência, circularidade e digitalização são as principais prioridades para responder a esta situação do impacto das alterações climáticas com menos precipitação e com mais consumos”, remata.

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