A pandemia pode mudar o seu negócio? Luís Pais Antunes, Managing Partner da PLMJ responde

A Executive Digest colocou duas questões a Luís Pais Antunes, Managing Partner da PLMJ, sobre a situação actual da empresa e do país.

1) Até que ponto é que esta pandemia poderá vir a alterar as linhas estratégicas da sua empresa e do seu negócio?

2) No sentido de apoiar e acelerar a economia e as empresas, que medidas deveriam ser desde já aplicadas?

O trabalho do advogado, pela sua natureza, é, provavelmente o que mais rapidamente se adapta e reinventa quando o contexto assim o exige. Na PLMJ iniciámos um reposicionamento estratégico muito antes do contexto actual e, por isso, estamos preparados, com equipas de advogados notáveis para apoiar os clientes na adaptação a tempos que vão produzir grandes mudanças no tecido económico nacional e que são transversais: relações laborais, gestão dos riscos operacionais e contratuais e um pensamento mais estratégico e de longo-prazo da forma como as empresas prestam serviços aos clientes.

A dimensão do desafio e dos problemas cresce a cada dia que passa e as medidas “de ontem” dificilmente alcançarão os objectivos pretendidos. Numa primeira fase, Portugal, a exemplo da generalidade dos países europeus e das instituições da União Europeia (designadamente a Comissão Europeia e o BCE), procurou “estancar a hemorragia”, tentando criar condições para que a economia não parasse e aliviando os encargos e obrigações das empresas e famílias. Mas creio que começa a ser evidente que estamos claramente aquém do que é necessário.

Sem perder de vista aquilo que é essencial (salvaguardar a saúde das pessoas), julgo que, no plano da economia e no curto prazo, temos de ser mais ambiciosos e menos burocráticos. Num momento em que a produção e a actividade económica estão fortemente condicionadas – e enquanto assim perdurar – é fundamental reforçar a tesouraria das empresas – em particular das PME – e assegurar o rendimento das famílias, reduzir as obrigações fiscais (IVA e pagamentos por conta, por exemplo) e começar a preparar um plano ambicioso de relançamento económico para executar logo que o contexto de saúde pública o venha a permitir.

O Mundo que conhecemos mudou significativamente nas últimas semanas e vamos precisar de muito tempo – e muito investimento e esforço – para voltar a “colocá-lo nos eixos”. Os próximos Orçamentos do Estado terão de ter um foco muito mais significativo na criação de condições para o (re)desenvolvimento económico e estímulo às empresas e ao investimento.

Disso dependerá a criação de riqueza e a protecção do emprego que deverão ser os objectivos prioritários.

Testemunho publicado na edição de Abril da Executive Digest

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