A Netflix da banca: Neobancos adotam modelo de subscrição semelhante aos populares serviços de streaming

O modelo de assinatura, popularizado pela Netflix, está agora a invadir o setor bancário. Bancos digitais, conhecidos como neobancos, estão a eliminar as tradicionais comissões de manutenção e emissão de cartões, oferecendo em vez disso diferentes planos de assinatura para os seus clientes. Estes planos variam desde opções gratuitas, que cobrem operações bancárias básicas, até pacotes premium com benefícios adicionais.

As instituições financeiras geram geralmente receitas de duas formas: através de juros sobre empréstimos e de comissões cobradas por serviços como transferências imediatas e emissão de novos cartões. Entre 2016 e 2022, quando as taxas de juros estavam próximas de zero ou negativas, os bancos tradicionais enfrentaram dificuldades para lucrar com empréstimos e passaram a cobrar mais comissões aos seus clientes.

Ignacio Zunzunegui, chefe de crescimento para o Sul da Europa da Revolut, destaca que o sucesso do modelo de assinatura se deve à transparência e à capacidade de o utilizador escolher o plano que melhor se adapta ao seu estilo de vida, proporcionando uma experiência bancária personalizada, revela ao ‘Cinco Dias’.

A Revolut, maior neobanco do mundo, oferece cinco planos de assinatura: um gratuito, que permite operações básicas sem custos, e quatro planos pagos que oferecem vantagens crescentes. O plano Plus custa 3,99 euros por mês, o Premium 8,99 euros, o Metal 15,99 euros e o Ultra 45 euros por mês. No último ano, o pagamento por esses planos aumentou 40%, à medida que os clientes os utilizam como conta principal. Entre os benefícios estão assinaturas do Financial Times, acesso a salas VIP em aeroportos e investimentos em fundos monetários.

O N26, outro neobanco, oferece quatro planos: um gratuito, o Smart por 4,9 euros mensais, e outros por 9,9 euros e 16,9 euros mensais. Os planos mais caros incluem seguros de viagem, seguros para dispositivos móveis e recompensas em saldo de conta.

Neobancos como Monese e Vivid Money também adotaram o modelo de assinatura, oferecendo vantagens financeiras como cashback em compras e melhores condições para determinadas operações.

Os neobancos conseguem operar com menos taxas devido à sua estrutura de custos reduzida, operando exclusivamente online e sem necessidade de escritórios físicos. Isso permite uma expansão mais barata e rápida, muitas vezes com sede num país europeu, oferecendo serviços em toda a região sem a necessidade de filiais locais.

A Revolut conta com 6 mil funcionários globalmente, enquanto o N26 possui 1.500 trabalhadores. Em comparação, gigantes bancários como Santander e BBVA empregam 211.000 e 121.500 pessoas, respetivamente.

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