“A independência na Catalunha virá. É algo que ninguém vai parar”, garante presidente do Governo Regional
O presidente do Governo Regional da Catalunha, Quim Torra é julgado esta segunda-feira por desobediência. Em entrevista à Al Jazeera, assumiu que tenta conversar com o primeiro-ministro espanhol em funções todos os dias, para encetar negociações sérias sobre o futuro da Catalunha, mas não tem tido grande sucesso.
Torra garantiu que a independência na região “virá”. «É algo que ninguém vai parar. Vamos exercer novamente o direito de autodeterminação», sublinhou.
«Aprendemos algo com o último ano. A ideia é, vamos ser mais fortes, vamos construir este grande consenso entre todos nós e depois vamos prosseguir com este horizonte de exercer o nosso direito de autodeterminação», assegurou.
Em Maio de 2018, o Parlamento catalão elegeu Quim Torra como o novo presidente do Governo Regional. Torra é um aliado próximo do seu antecessor no cargo, Carles Puigdemont, que no ano anterior tinha sido deposto pelo então primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, na sequência de um referendo, entretanto ilegalizado, e posterior declaração da independência da Catalunha do resto de Espanha.
Puigdemont fugiu para a Bélgica. Em meados de Outubro deste ano, o Supremo Tribunal de Espanha condenou nove dirigentes envolvidos no processo de proclamação de independência da Catalunha a penas entre os 9 e os 13 anos de prisão. Poucas horas depois, o Supremo reativou também o mandado de detenção europeu sobre Puigdemont, com vista à sua extradição.
Prosseguindo a agenda pró-independentista do seu antecessor, Quim Torra foi obrigado a retirar todos os símbolos separatistas da sede do Governo, mas só o fez depois de ter passado o prazo dado pelo tribunal. Esta segunda-feira, será julgado por desobediência.
O Ministério Público espanhol pede a condenação a uma pena de 20 meses de inabilitação para qualquer cargo público de âmbito local, regional, estatal ou europeu e uma multa de 30.000 euros para Quim Torra, o que implicaria a sua saída da presidência do executivo regional.