À beira de uma crise e a dar dinheiro aos cidadãos: Conheça a estratégia do país sem desemprego

A Tailândia, que se orgulha de ter uma das taxas de desemprego mais baixas do mundo, de apenas 1,07%, está a enfrentar uma crise económica crescente. Embora todos os cidadãos estejam envolvidos na economia de forma produtiva, o país do Sudeste Asiático tem visto uma desaceleração significativa no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deve aumentar apenas 2,7% em 2024.

O ministro das Finanças, Pichai Chunhavajira, expressou preocupações sobre a situação, afirmando que o país “está à beira de uma crise económica”, revela o ‘elEconomista’.

De acordo com um relatório recente do Banco de Pagamentos Internacionais (BiS), a baixa taxa de desemprego não se traduz em salários adequados, que têm crescido lentamente devido à baixa produtividade e à predominância de trabalhadores pouco qualificados. O relatório sublinha que apenas 44% da força de trabalho é composta por trabalhadores assalariados, enquanto muitos estão empregados em profissões que não exigem qualificações, como construção e serviços.

As exportações, que representam 70% da economia tailandesa, também estão a falhar, com um crescimento de apenas 7% nos primeiros oito meses de 2024, comparado com 15% no Vietname. A revalorização do baht em relação ao dólar, que subiu 10% este ano, tem agravado a situação, afetando a competitividade das exportações.

Em resposta a esta crise, o governo tailandês anunciou um ambicioso projeto para injeção de 145,6 mil milhões de baht (cerca de 4 mil milhões de euros) nas carteiras digitais de 14,5 milhões de cidadãos vulneráveis. Este plano, que será implementado a partir da próxima semana, visa estimular a economia e aumentar o consumo interno, proporcionando a cada beneficiário cerca de 10 mil baht (300 dólares ou 270 euros).

O novo primeiro-ministro, Paetongtarn Shinawatra, afirmou que “esta medida vai realmente beneficiar o povo e ajudar a distribuir oportunidades económicas”. No entanto, especialistas têm expressado preocupações de que, sem reformas estruturais, esta injeção financeira possa ser um impulso temporário, sem resolver os problemas económicos mais profundos do país.