À beira da morte. Estes são os maiores arrependimentos no fim da vida
Enfrentar o fim da nossa vida é uma experiência reveladora. Nos dias ou instantes finais pode iniciar-se um processo de reflexão que faz uma retrospetiva de tudo aquilo que vivemos até então. Nestes momentos, agora sem preconceitos ou sem sentir a pressão da sociedade, olhamos para traz de uma forma fria e avaliamos grande parte das escolhas que fizemos. Será que vivemos realmente a vida que queríamos?
A escritora Bronnie Ware, autora de “The Top Five Regrets of The Dying: A Life Transformed by the Dearly Departing”, procurou incluir nesta obra um conjunto de testemunhos de pessoas nas fases terminais das suas vidas. Estas conversas sinceras e abertas revelam um conjunto de histórias de vida, muitas vezes marcadas por certos arrependimentos complicados de gerir. A claridade que muitas destas pessoas demonstra ter sobre o seu passado, permite-nos a nós próprio refletir igualmente sobre as escolhas que fazemos. Sinalizando eventualmente tudo aquilo que é verdadeiramente importante na vida.
Eis alguns dos principais arrependimentos verbalizados e expressos nas conclusões do livro.
- As pessoas arrependem-se de não ter vivido uma vida à sua maneira, acabando por considerar demasiadamente as expectativas dos outros
Não ter seguido um sonho pessoal é provavelmente o arrependimento mais frequente. O facto de não terem arriscado, de não terem tido a curiosidade e coragem suficientes para viver uma vida tal como haviam imaginado. Se pudessem voltar atrás, estas pessoas teriam feito coisas diferentes, coisas novas. Não teriam ficado tão pressas aos constrangimentos da sociedade e aos caminhos tradicionais.
- Trabalhar demasiado
Sobretudo os homens acabaram por revelar este sentimento. O excesso de trabalho e as condições de vida pouco favoráveis, acabaram por determinar que muitos destes homens não conseguiram passar o tempo que desejavam juntos duas suas famílias, dos seus filhos e parceiras. Uma vida consumida pelo trabalho, que no final parece transformada em algo vazio. Passar tempo com aqueles de quem mais gostamos é sem dúvida aquilo que dá substância à nossa vida, de acordo com estes testemunhos
- Não ter tido coragem de exprimir os meus sentimentos
Ao verbalizar os nossos sentimentos, as nossas emoções, somos capazes de nos tranquilizar, de compreender de que forma estamos a afetar os outros e a nós próprio. Não exprimir aquilo que sentimos pode ter a longo prazo consequências terríveis. Muitas pessoas acabam por desenvolver doenças e ressentimentos que resultam de não terem sido capazes de ter dito tudo aquilo que queriam. Acabam por se acomodar a vidas medíocres, nunca atingindo o seu verdadeiro potencial.
- Não ter mantido o contacto com amigos antigos
Existe uma epidemia de solidão e isolamento nas sociedades modernas. Obtemos gratificação instantânea através dos nossos dispositivos móveis e “ganhamos” uma falsa ideia de proximidade. Muitas pessoas acabam por viver tão envolvidas nas suas próprias vidas, nos seus trabalhos e compromissos familiares que acabam por não “alimentar” algumas importantes amizades. No final da vida, quando nos aproximamos sozinhos da morte, arrependemo-nos inevitavelmente de não ter cuidado melhor destes amigos.
- Não me ter permitido ser mais feliz
Muitas pessoas ficam pressas em hábitos e padrões antigos. O medo da mudança e o conforto que sentem junto das coisas que já conhecem faz com que arrisquem pouco. Damos a nós próprios poucas oportunidades de fazer algo diferente, de mudar e de ser felizes. Contentamo-nos com pouco e no final da nossa vida sentimos que poderíamos ter feito outras escolhas.