“A ambição é algo pelo que as pessoas são pouco compensadas nas empresas”, afirma Paulo Moita de Macedo

O Presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Moita de Macedo foi o Keynote Speaker da XXVII Conferência Executive Digest. Na intervenção de abertura questionou: Como é que nos conectamos? Como fazemos a ligação que precisamos entre as pessoas? Como ter equipas bem sucedidas? Como concretizar os objetivos das empresas?

“As coisas nas organizações são feitas quando há um propósito, quando sabemos qual o desígnio da empresa”, começou por sublinhar Paulo Moita de Macedo.

Neste âmbito, destacou a proximidade e comunicação entre a liderança e as pessoas. “Se eu não comunicar, não consigo ter nenhum seguidor… Para ter impacto temos de liderar, e para liderar tenho de ter seguidores”.

Mas, quais as principais responsabilidades de um líder? Para o executivo, estabelecer e envolver as equipas no propósito da empresa, alocar recursos e esforços, monitorizar e melhorar a performance económica, alinhar e guiar os comportamentos dos outros, motivar e inspirar as pessoas e formular respostas para um futuro incerto. “E o que significa isto? As apostas e investimentos devem ser cada vez maiores”, destaca o CEO da Caixa.

Outro dos fatores fundamentais é conhecer em que cenário estamos a trabalhar.

Em inovação e transição digital, Portugal não se encontra bem classificado em comparação com os países nórdicos e da Europa Central mas, por outro lado, no que respeita a instituições estamos bem classificados a nível europeu. Isto também reflecte a importância da Governance. “Não tenho dúvida que uma das formas de melhorar o país é termos melhores instituições”, afirma.

Paulo Moita de Macedo afirmou ainda a importância de conhecer o cenário macroeconómico que esperamos para 2025. “A economia portuguesa vai crescer, com uma convergência, vamos ter maior investimento, uma baixa inflação e uma redução das taxas de juro”, analisa, acrescentando ainda que o consumo irá, tendencialmente, aumentar e, na habitação continuaremos a ter um défice, porque não temos oferta comparável à procura.

Já no âmbito das empresas, teremos menor custo de financiamento, maior autonomia financeira, melhoria dos resultados líquidos.

E outro dos fatores fundamentais para se concretizar os objectivos para o futuro é ter ambição, como revela Paulo Moita de Macedo: “A ambição é algo pelo que as pessoas são pouco compensadas nas empresas, e isso levou-nos ao estado em que está o país”

No âmbito da gestão, alerta que vai ter um sucesso real quem conseguir motivar um grupo de trabalhadores, os produtivos, mas descomprometidos, com maior absentismo e que, provavelmente pode sair da empresa. Tudo isto num cenário em que a gestão deve ser sempre adaptativa à volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. “Precisamos de uma gestão que se adapte”.

Paulo Moita de Macedo considera que “na gestão é essencial saber contar histórias, dar exemplos de factos concretos”, saber aplicar estratégias e, acima de tudo, conseguir concretizar essas mesmas estratégias e aplicar o propósito das empresas.

A XXVII Conferência Executive Digest juntou em palco os nomes mais relevantes do tecido empresarial nacional para debater o tema “É Agora Portugal!!! 12 ideias para melhorar o País”.

A Conferência conta com o apoio da Altice, Capgemini, Caixa Geral de Depósitos, Delta Q, Fidelidade, Lusíadas Saúde, Randstad, MC Sonae, Tabaqueira, Unilever, e ainda com a parceria da Capital MC, Neurónio Criativo e Sapo.

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