“85% das mortes por afogamento em Portugal podiam ser evitadas”, alertam nadadores salvadores
Cerca de 88 pessoas já morreram em meios aquáticos em Portugal neste ano de 2022, sendo este um flagelo que se repete anualmente, de acordo com a Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (Fepons).
“Neste momento, tem claramente a ver com uma falta de educação para a segurança aquática dos portugueses, pois nós em 12 anos de escolaridade apenas temos duas páginas no manual do 2.º ano que abordam esta temática”, refere um responsável do organismo em declarações à ‘CNN Portugal’.
Segundo a mesma fonte, estes óbitos podiam não ter acontecido, se fossem prevenidos. “85% das mortes por afogamento podiam ser evitadas através de prevenção”, que é mais importante quanto menos vigilância tiver a zona de banhos, sublinha.
Até porque, a esmagadora maioria dos óbitos acontece em zonas não vigiadas. “A regra mais básica da segurança aquática é frequentar espaços vigiados. É fundamental”, acrescenta.
A maioria das mortes acontece entre os homens, mas há cada vez mais jovens vítimas de afogamento, sendo esta já “a segunda causa de morte em Portugal, em crianças até aos cinco anos”.
Em 19 de julho, a AMN e a Direção-Geral da Saúde (DGS) associaram-se para sensibilizar a população portuguesa para os cuidados a ter nas praias com a campanha “Juntos Por Um Verão Mais Seguro”.
Para minimizar o número de acidentes durante a época balnear 2022, a AMN e a DGS recomendam que se vigie permanentemente as crianças, a frequentar praias vigiadas, utilizar calçado adequado nos acessos à praia e na utilização de apoios balneares e respeitar a sinalização das praias.
Recomendam igualmente às pessoas que se mantenham hidratadas, a tomar refeições ligeiras, a respeitar os períodos de digestão, a evitar as horas de maior exposição solar (11:00 – 17:00), usar protetor solar, a não se aproximarem de arribas instáveis e respeitar as indicações dos nadadores-salvadores, dos agentes da autoridade e dos elementos que reforçam a vigilância nas praias.