3 meses antes do surto, este jogo mostrou que não estávamos preparados

Quando as palavras “novo coronavírus” ainda não faziam parte do dia-dia, um jogo desenvolvido pela Marinha norte-americana já mostrava que o Mundo não estava preparado para um surto deste tipo. Desenhado em parceria com o National Center for Disaster Medicine & Public Health, o jogo “Urban Outbreak” é uma espécie de simulação de guerra que tem como missão ajudar os países a perceberem as suas forças e fragilidades.

Segundo a Fortune, teve início a 17 de Setembro, três meses antes de serem identificados os primeiros casos de COVID-19. “Urban Outbreak” reuniu 50 especialistas em gestão de crise e resposta a desastres, incluindo membros do governo, militares, investigadores e profissionais dos sectores privado e público. Durante dois dias, estiveram no Applied Physics Lab da Johns Hopkins University a colocar à prova os planos dos Estados Unidos da América.

No jogo, a cidade fictícia de Olympia enfrenta um surto viral. Na vida real, são já mais de 100 os países com casos de pessoas infectadas, resultando em medidas extremas de contenção, isolamento social e quarentena voluntária.

Segundo revela Benjamin Davies, investigador e game designer responsável por “Urban Outbreak”, a simulação evidenciou falhas em campos como comunicação e recursos, por exemplo. O mesmo se está a verificar, agora, um pouco por todo o planeta.

«Os jogos têm a tendência maravilhosa de colocar a descoberto questões críticas», sublinha Benjamin Davies. «Quando se conseguem todas essas pessoas na mesma sala e elas explicam os seus planos, de repente um conjunto de novos problemas surge: a que horas do dia chegará o carregamento? De camião ou helicóptero? Onde irá o helicóptero aterrar? O que farão os militares se pessoas desesperadas os abordarem?»