1600 doentes internados nos hospitais por não terem quem os acolha. Só em Lisboa são uma centena

Esta terça-feira, o diretor clínico do Hospital de Santa Maria, Rui Tato Marinho, indicou que há nesta unidade cerca de 100 doentes que, apesar de já terem tido alta médica, continuam internados por não terem quem os acolha. A realidade a nível nacional representa números bem maiores: segundo o diretor-executivo do SNS, serão mais de 1600 nestas condições, de Norte a Sul.

O balanço foi feito no final do setembro, na comissão parlamentar de Saúde, em que Fernando Araújo indicou “que 580 utentes aguardavam no final de agosto uma resposta exclusivamente social” e que, quanto à Rede Nacional Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), havia até final de agosto, mais 1003 utentes a aguardar vagas.

Quanto à situação no Hospital de Santa Maria, pressionado pelas doenças sazonais de inverno, falta de médicos, encerramento de outros serviços em unidades hospitalares da região de Lisboa, e que tinha hoje “cerca de 50 doentes a aguardar por vaga de internamento”, Tato Marinho explicou aos jornalistas que existe “uma equipa de quatro assistentes sociais a trabalhar no serviço de Urgência diariamente para tentar arranjar uma zona confortável para esses doentes ficarem”, recusando “culpabilizar” as famílias.

Quanto aos números indicados por Fernando Araújo, isso significa que é quase 10% do total de camas disponíveis nos hospitais públicos, e que estão indevidamente ocupadas. O mesmo número havia sido indicado pela Associação de Administradores Hospitalares em março.

Já esta terça-feira, o o coordenador do Plano Nacional do Envelhecimento Ativo apresentou números mais modestos, replicados pela DE-SNS, de 580 pessoas que aguardam vaga nas instituições de resposta social, considerando o número já referido por Fernando Araújo de utentes que aguarda por “resposta exclusivamente social”, sem contar com os que estão em lista de espera para a Rede Nacional Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).






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