10 anos depois, como evoluiu a visão dos CEOs relativamente à economia, aos riscos ou talento? Este é o retrato da última década

A KPMG apresentou uma edição especial do “KPMG Global CEO Outlook” que analisa a visão dos CEOs de todo o mundo durante os últimos 10 anos, sobre os temas que têm mais impacto no mundo empresarial.

Desde 2015 que a KPMG desenvolve esta análise, sendo a que celebra os 10 anos do CEO Outlook a mais importante até à data, tendo entrevistado 1.300 CEOs de todo o mundo, entre os quais 50 em Portugal, sobre temas como: Talento, Tecnologia, Previsões Económicas, Balanço dos 10 anos, e ESG.

 

Perspetivas de crescimento para a economia global

Questionados sobre o seu nível de confiança nos próximos três anos relativamente às perspetivas de crescimento para a economia global, no presente ano os CEO mostram-se maioritariamente “confiantes” (56%), uma tendência que tem vindo a intensificar-se ao longo dos últimos 10 anos, principalmente após uma quebra da confiança em 2019.

Esse otimismo também se espelha nos que se mostram “pouco confiantes”, que apresenta a segunda percentagem mais baixa dos últimos 10 anos (3%), apenas abaixo dos 1% relatados em 2016

E nas empresas?

Apesar de a confiança na economia mundial estar no verde, o mesmo não se pode dizer da visão dos CEO sobre o crescimento das empresas.

Apesar de as perspetivas serem em 2024 mais positivas do que há 10 anos, o otimismo dos CEOs tem vindo a diminuir desde 2020, onde 50% diziam estar “confiantes” e 30% “muito confiantes”, enquanto que, quatro anos depois, o valor cai para os 51% dos que dizem estar “confiantes” e 25% “muito confiantes”.

Por outro lado, o número de CEOs que se mostra pouco confiantes é dos menores da última década (2%), mostrando um equilíbrio na visão dos executivos.

Como vai crescer a indústria?

No que respeita à indústria, o cenário é semelhante ao das empresas. As perspetivas de crescimento dos executivos têm diminuído nos últimos anos, com apenas 48% dos CEOs a mostrarem-se “confiantes”, enquanto que em 2021 e 2022 este valor se situava nos 54%.

No entanto, os CEOs estão mais otimistas do que há 10 anos, quando os que estavam cofiantes com o crescimento da indústria nos próximos 3 anos se situava apenas nos 41%.

Para além disso, os que se mostram “pouco confiantes” também diminuíram na última década, descendo o valor de 6% em 2015 para 3% em 2024.

O que esperam do crescimento do país?

Também no que respeita ao otimismo sobre o crescimento da economia nos seus países nos próximos três anos, a confiança dos executivos tem diminuído no período pós-pandemia de Covid-19.

Em 2021, os que estavam “confiantes” no crescimento do país representavam 61% do total dos CEOs, um valor que cai para 54% em 2024.

No entanto, refira-se que é um valor muito superior ao registado há 10 anos, quando se situava apenas nos 36% em 2015.

Também os CEOs que se mostravam “pouco confiantes” reduziram na última década, descendo seis pontos percentuais de 8% em 2015 para 2% em 2024.

E quais os riscos?

Questionados sobre “Qual dos seguintes riscos representa a maior ameaça ao crescimento da sua organização nos próximos três anos?”, os 1.300 CEOs identificam como os principais em 2024 os “riscos operacionais” e “riscos das cadeias de abastecimentos” com uma percentagem de 14% das respostas, seguidos de perto pelos “riscos climáticos e ambientais” com 13%.

10 anos depois, a principal preocupação, com os “riscos operacionais”, continua a ser a mesma, apesar de representar valores muito discrepantes, visto que em 2015 representava 47% das respostas, contas 14% em 2024.

Há 10 anos, a segunda maior preocupação dos executivos também era outra, a dos “riscos regulatórios”, logo seguidos dos “riscos das cadeias de abastecimento” que, há uma década, também continuavam no Top 3 das preocupações.

Colaboradores

“Como espera que o número de colaboradores da sua organização mude nos próximos três anos?”. Esta foi mais uma das perguntas realizadas aos 1.300 CEOs, e as perspetivas comparadas ao fim de uma década são bastante diferentes.

Em 2024, a maioria dos CEOs (58%) acreditam que, nos próximos 3 anos, o número de colaboradores aumente menos de 5%, enquanto 31% destes líderes acredita que este crescimento estará entre os 6 e os 10%. Já apenas 2% dos CEO acredita num crescimento entre os 11 e os 25%.

Por outro lado, há 10 anos, a maioria dos CEOs (35%) previam um crescimento na ordem dos 6 e 10%, enquanto apenas 26% esperavam um crescimento inferior a 5%.

Um dado que merece destaque é que apenas em 2015 e 2016, os CEO previam um crescimento do número de colaboradores superior a 25%, algo que nunca mais voltou na acontecer entre 2017 e 2024.

Preparados para ciberataques?

Questionados sobre o “Quão bem preparada está a sua organização para um futuro ciberataque?”, cerca de metade dos líderes empresariais (45%) acreditam estar finalmente preparados para as ameaças cibernéticas atuais, uma diferença colossal com o registado há 10 anos.

Em 2015, o número de CEO que acreditava que a sua organização estaria preparada para um ciberataque era de apenas 1%, enquanto 49% consideravam estar “muito mal preparadas”.

No entanto, nos últimos quatro anos, no período pós-pandemia, tem-se verificado uma descida na confiança dos CEOs relativamente aos ciberataques, com o valor dos que dizem estar “bem preparados” e “muito bem preparados” a descer consecutivamente, ano após ano.

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