XX Conferência Executive Digest: Uma década decisiva para a Sustentabilidade, por Peter Lacy
O segundo keynote speaker desta XX Conferência Executive Digest foi Peter Lacy, Chief Responsability Officer and Global Sustainability Services Lead da Accenture. O responsável identifica três fatores desta década, relativos ao ESG: a redefinição da Globalização e do Capitalismo; a quarta revolução industrial; e o desenvolvimento sustentável.
“Esta é a década decisiva. Há uma urgência em transformar os negócios para a sustentabilidade, mantendo a competitividade e já só temos nove anos”, sublinha o responsável. Para Peter Lacy é preciso “abordar coisas que afetam a muitos: a desigualdade criada pelos mercados; a necessidade do capitalismo responsável, isto se considerarmos que o capitalismo é o melhor modelo”.
“O mercado precisa de saber adaptar as suas estruturas à Democracia”, defende Peter Lacy. Para o Chief Responsability Officer and Global Sustainability Services Lead da Accenture, o mundo está a entrar numa “quarta revolução industrial e um fenómeno destes tem de ser direcionado para os cidadãos e para a sociedade. O poder da tecnologia é essencial, tem de estar perto e disponível, e tem de evoluir ao lado da transição sustentável”.
Um estudo realizado pela Accenture em parceria com a ONU descobriu que, de entre um grupo de CEO´s entrevistados em todo o Globo, 71% destes líderes assumem que podem ter um papel importante para cumprir os Sustainable Development Goals, consagrado pelas Nações Unidas, no entanto apenas 20% acham que já estão a contribuir de todas as formas possíveis para tal.
Porque é que a sustentabilidade é importante para o mercado?
Para Peter Lacy, a resposta é clara: para criar shareholder value e stakeholder value a curto e longo prazo. Um estudo realizado pela Accenture em 2018 concluiu que 62% dos consumidores querem que as empresas tomem uma posição em assuntos como a sustentabilidade.
Segundo os dados obtidos, quase 60% das empresas no mundo já apoiam disclosures relacionados com o clima. Em 2018, o investimento verde global bateu nos 18 biliões de dólares e, ao que tudo indica, até 2021, quase 50% dos ativos globais sob gestão incorporarão fatores ESG. O mesmo sentimento sustentável não está só presente no tecido empresarial, como também já respira nas instituições públicas. Segundo a consultora, 25% dos pacotes de estímulos económicos da União Europeia estão ligados a fatores ESG.
O que devem as empresas fazer pela sustentabilidade?
Peter Lacy explica que as empresas precisam de assumir um compromisso com objetivos claros: servir o ambiente, “ter um papel na recuperação verde, valorizar a diversidade e igualdade, integridade, transparência e honestidade nos comportamentos corporativos e nas relações com os stakeholders e ultrapassar pressões regulatórias”. Para tal, defende que os líderes das organizações devem trabalhar para aumentar as vendas através da construção de uma relação de confiança e transparente com os clientes; através de produtos e serviços sustentáveis.
Dentro de portas, as empresas devem esforçar-se por reter e atrair talentos, ter um diálogo com as autoridades regulatórias, poupar energia e materiais, reduzindo assim os custos, o risco em várias vertentes e apostando na resiliência dos produtos e na eficiência dos ativos, assim o Chief Responsability Officer and Global Sustainability Services Lead conclui “que a sustentabilidade não é uma inimiga da criação de valor, mas antes uma aliada”.
“Esta vai ser uma década para demonstrar resultados, para aliar a sustentabilidade ao digital”, acrescenta.
Accenture: uma promessa de valor sustentável concretizada em serviços e ações
“Temos de praticar o que ensinamos”, é desta maneira que Peter Lacy explica o facto da Accenture ser uma empresa líder no cumprimento dos fatores ESG, a par da sua “excelente performance”. “O nosso compromisso é o de integrar a sustentabilidade em cada produto e serviço que fornecemos”.
Para além disso, a Accenture pretende dinamizar todo o ecossistema empresarial que gira à sua volta, trabalhando com todos os parceiros, desde os maiores e mais tradicionais como a Microsoft, até às instituições mais pequenas focando-se em seis temas: “transição da indústria para a neutralidade carbónica; promoção da economia circular, do design sustentável de cada produto e responsabilidade nas cadeias de abastecimento; tecnologia verde; análise de parâmetros da sustentabilidade; liderança e aprendizagem e desenvolvimento do consumer brand”.