7 mudanças comportamentais em 2019
Sheryl Connelly, a futurista da Ford, analisou, perguntou, cruzou dados e apresentou resultados. E o seu comportamento, também se está a alterar de alguma forma?
Há sete anos que faz isto e todos os anos Sheryl Connelly, futurista da Ford, olha para aquela que é a sua “bola de cristal” e consegue antecipar um novo conjunto de dinâmicas que estão a funcionar no mercado e no mundo. Porque é mesmo essa a rapidez com que todas as coisas estão a mudar numa era que é, mais do que nunca, estimulada por novas tecnologias digitais, pela globalização e por uma acelerada evolução a nível económico.
Mas uma boa parte do trabalho de Sheryl Connelly é ajudar o seu empregador – e, claro, outros – a compreenderem com alguma antecipação o que é que o futuro lhes reserva.
No seu sétimo “Further with Ford”, Sheryl Connelly não só analisou “The Power of Behavioral Change” como também estudou a forma como as tendências têm vindo a influenciar mudanças em várias áreas importantes. Em paralelo, observou o papel que tanto a tecnologia como a autodeterminação têm hoje no que toca à concretização destas mesmas mudanças.
Com base em extensos questionários a um leque alargado de consumidores espalhados por todo o mundo – a que acrescentou as suas próprias análises –, Sheryl Connelly apresenta então uma verdadeira análise ao comportamento humano moderno. Além de tudo isto, aquela que é conhecida como a futurista da Ford serve a todos os leitores uma perspectiva sobre a forma como essa mudança de paradigma comportamental afectará marcas, marketeers e, claro, a própria vida nos anos que se avizinham e mais além – tornando-se filosófica e, por vezes, até um pouco normativa.
«As pessoas sentem-se mais expostas por causa da incerteza económica, da velocidade da tecnologia, dos problemas com o emprego, da globalização, da política e de factores que sentem estar fora do seu controlo», afirmou à brandchannel. «Querem um farol na noite. A confiança [nas marcas] pode ser essa âncora.»
Acompanhe, então, as sete tendências que Sheryl Connelly identificou para o corrente ano no que diz respeito a “The Power of Behavioural Change”:
1 – A disparidade tecnológica. Há consumidores em todo o mundo que defendem que a tecnologia é o maior impulsionador actual de mudança. No entanto, e embora a maioria dos inquiridos olhe para a tecnologia como uma força do bem, muitos temem aquilo que não compreendem – e muitos ainda não têm acesso total àquilo que a tecnologia pode oferecer hoje;
2 – Desintoxicação digital. Embora muitas pessoas estejam agarradas aos seus aparelhos digitais, muitas ficam apreensivas quando percebem o quanto dependem deles. Muitas pessoas estão a procurar formas de se responsabilizarem pelo tempo que passam online e a procurar um maior bem-estar nas suas vidas offline;
3 – Recuperar o controlo. O auto-aperfeiçoamento está em alta e as ferramentas digitais para definir e monitorizar objectivos estão a ajudar. É uma forma de as pessoas recuperarem o controlo das suas próprias vidas e inclui maneiras de se realçarem experiências sensoriais;
4 – Muitas facetas. Diversas variáveis influenciam como nos vemos, como pensamos no nosso papel no mundo e como nos comportamos – incluindo o que compramos, vestimos e conduzimos. Isto é obviamente um enorme factor na forma como as pessoas se retratam nas redes sociais, não só para se exprimirem, mas também para se definirem;
5 – Trabalhar para viver. As empresas estão a reconhecer uma verdade fundamental: os colaboradores já não vivem para trabalhar, se é que alguma vez o fizeram. Mais do que nunca, trabalham para viver. Ou seja, o inverso. Os colaboradores com rendimentos mais altos têm mais facilidade em abraçar esta forma de pensar, mas na guerra pelo talento, as empresas estão também a facilitar a vida aos colaboradores com menos rendimentos, oferecendo-lhes novos benefícios;
6 – Eco-Ímpeto. É preciso mudar comportamentos para um progresso ambiental, mas ainda há quem procure conselhos sobre a melhor forma de diminuir a sua pegada ambiental. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença;
7 – Estradas fáceis. Os transportes estão a mudar muito e incluem alterações nos comportamentos; vejamos, por exemplo, as boleias. E uma área de interesse é o que as pessoas estão a fazer no tempo que gastam pelo caminho, à medida que as suas viagens e trajectos mudam.
Este artigo foi publicado na edição de Fevereiro de 2019 da Executive Digest.