10 decisões optimistas que mudaram o mundo dos negócios
Por David Lidsky, colaborador da Fast Company
1 – Os negócios são mais do que apenas lucros. Em 1908, uma altura em que o sucesso empresarial significava falta de compaixão, Charles Eliot, presidente de Harvard, concebeu uma faculdade para ensinar os executivos a serem actores morais na sociedade.
IMPACTO: O MBA de Harvard continua a ser o auge da formação de topo, e fazer o bem é agora considerado algo positivo para o negócio;
2 – O salário de cinco dólares por dia. Em 1914, Henry Ford duplicou o salário dos seus colaboradores na esperança de que outros produtores em massa fizessem o mesmo, criando uma classe de consumidores que podiam comprar automóveis Ford e outros bens.
IMPACTO: A Ford ajudou a criar a classe média, mas a globalização e os salários estagnados impediram desde então o sucesso da empresa norte-americana;
3 – Benefícios abrangentes para os colaboradores. Em 1928, George Eastman, CEO da Kodak, adoptou o “capitalismo social”, oferecendo benefícios que eram extravagantes para a época, como seguro de vida, distribuição de lucros, assistência para a instrução e uma anuidade de reforma.
IMPACTO: À medida que colaboradores ajudaram a Kodak a prosperar, as suas inovações nos Recursos Humanos propagaram-se e ainda hoje influenciam empresas como a Whole Foods e a Starbucks;
4 – O laboratório de inovação. Em 1944, numa antiga leitaria, a gestão da 3M estabeleceu o Products Fabrication Laboratory (conhecido informalmente como “quinta divertida”) para que técnicos de laboratório pudessem desenvolver projectos arrojados sem limitações.
IMPACTO: Os desvios científicos da 3M forjaram inovações como a fita cirúrgica. O PARC da Xerox e os laboratórios X da Google devem muito à 3M;
5 – Gerir com interacção. Em 1957, William Hewlett e David Packard definiram a abordagem da sua empresa para a liderança, a qual encorajava os executivos a interagirem directamente com os colaboradores da linha da frente, para que uns aprendessem com os outros.
IMPACTO: A “maneira HP” tornou-se o principal estilo de gestão de Silicon Valley; até mesmo as empresas não tecnológicas decidiram abraçar a horizontalidade das hierarquias;
6 – O cliente em primeiro lugar. Em 1975, John Bogle recusou investimentos externos quando estabeleceu a sua empresa de fundos mutualistas, a Vanguard, o que lhe permitiu concentrar-se em poupar o dinheiro dos clientes em vez de retirar lucros para accionistas.
IMPACTO: A concorrência teve de baixar as suas taxas à medida que a Vanguard acumulou 3,2 mil miliões de euros em bens. Hoje, Jeff Bezos segue a mesma obsessão pelo cliente que John Bogle;
7 – Locais de trabalho flexíveis. Em 1993, Quando Jay Chiat, a lenda da publicidade, abriu os novos escritórios Chiat/Day, procurou aumentar o nível de criatividade ao banir secretárias e ao promover a utilização de portáteis e telemóveis. A ideia era que cada colaborador trabalhasse em qualquer lugar.
IMPACTO: Os profissionais da publicidade foram contra a ideia, que era demasiado radical para a altura, mas a ideia de Jay Chiat vive na WeWork e em outros espaços de trabalho conjunto;
8 – Benefícios para os parceiros. Em 1996, no mesmo mês em que o Congresso bania o casamento homossexual, a IBM estendia os benefícios dos cuidados de saúde aos parceiros gays e lésbicas de colaboradores.
IMPACTO: Só em 2015, 379 organizações, da Apple à Disney e à Target, pediram formalmente ao Supremo Tribunal que invertesse o Defense of Marriage Act;
9 – Defender a ecologia. Em 2005, quando a GE apresentou a Ecoimagination, a linha de produtos amigos do ambiente, parecia uma piada vinda de uma empresa notoriamente poluente.
IMPACTO: A GE obteve 220 mil milhões de euros em receitas de produtos como moinhos de vento, diminuiu as emissões de gases de estufa e inspirou a Walmart, a PepsiCo e outras gigantes a serem mais sustentáveis;
10 – Denunciar o assédio sexual. Em 2017, perseguidas por assédio e abuso no local de trabalho, as mulheres estão a usar as redes sociais e outras plataformas para revelarem delitos.
IMPACTO: Predadores e abusadores perderam empregos e as empresas mais esclarecidas começaram a lidar com a misogenia e com dinâmicas de poder há muito estabelecidas.