Dever dos líderes da UE é chegar a decisões sobre cargos de topo em junho, refere Michel

Presidente do Conselho Europeu está em Portugal para participar na reunião anual da organização Concordia Europe

Executive Digest com Lusa
Maio 29, 2024
8:53

O presidente do Conselho Europeu afirma ser “dever” dos líderes da União Europeia (UE) chegarem, no final de junho, a acordo sobre as lideranças dos cargos de topo no próximo ciclo institucional, pela “continuidade” do projeto europeu.

“Quero deixar bem claro que o nosso dever é tomar uma decisão até ao final de junho, é esse o nosso dever. Penso que é importante para a continuidade do projeto da União Europeia e é por isso que daremos o nosso melhor para unir sempre os nossos colegas e para que possamos tomar uma decisão sobre a agenda estratégica e sobre os cargos de topo”, afirmou Charles Michel em entrevista à agência Lusa.

No dia em que se desloca a Portugal para participar na reunião anual da organização Concordia Europe, o presidente do Conselho Europeu vinca que foi para “maximizar as hipóteses” que organizou um jantar informal dos chefes de Governo e de Estado da UE para 17 de junho, dias depois das eleições europeias marcadas para 6 a 9 de junho e antes da cimeira europeia decisiva de 27 e 28 de junho.

“Penso que será útil, após as eleições, ter um momento em que possamos testar as águas, em que possamos sentir a atmosfera, tendo em conta o resultado das eleições. Este jantar terá lugar quando já tivermos os resultados e quando já saberemos qual é o panorama no Parlamento Europeu”, elenca Charles Michel.

O responsável vai também “iniciar consultas bilaterais ao nível dos líderes, ainda antes das eleições, para estar mais bem informado sobre quem pensa o quê, sobre as várias opções em cima da mesa depois das eleições, quando forem conhecidos os resultados”, segundo avançou à Lusa.

“Quero maximizar a mudança para esta decisão em junho”, vinca Charles Michel, numa alusão à esperada decisão sobre nomeações para os altos cargos institucionais na UE para a próxima legislatura – como da Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho Europeu – que deverá ser tomada na reunião do Conselho Europeu de final do próximo mês.

Cabe depois ao Parlamento Europeu aprovar, em meados de julho e por maioria absoluta, o nome do novo líder da Comissão Europeia.

Quando se espera também que apresente aos líderes a sua visão para a Agenda Estratégica da UE em 2024-2029, quanto a prioridades do ciclo institucional seguinte, o responsável diz à Lusa ser “muito saudável que se realize em paralelo o debate sobre o programa, as prioridades e o plano para tornar a Europa mais soberana, mais influente e mais resiliente”.

Apesar da sua demissão, o ex-primeiro-ministro português, António Costa, continua a ser apontado como uma possibilidade para a presidência do Conselho Europeu, no quadro das nomeações para os altos cargos institucionais na UE para a próxima legislatura que terão lugar após as eleições europeias de junho.

Charles Michel rejeita comentar tal possibilidade: “Sei qual é a minha responsabilidade. Sempre fiz tudo para unir o Conselho Europeu e não tenciono fazer quaisquer comentários, exceto sobre o processo”.

Na sua passagem pelo Porto está, ainda assim, previsto um encontro entre Costa e Michel.

“Posso confirmar que é habitual encontrar-me, em visitas aos países, com primeiros-ministros, presidentes, incluindo ex-primeiros-ministros e ex-presidentes”, revela o responsável na entrevista à Lusa.

Cerca de 373 milhões de eleitores são chamados a escolher os 720 deputados ao Parlamento Europeu, nas eleições que decorrem nos 27 Estados-membros da União Europeia entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, que elege 21 eurodeputados, o escrutínio está marcado para 09 de junho.

Com base nos resultados do sufrágio, os líderes da UE escolhem os nomes para altos cargos europeus.

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