A construtora Grão-Pará foi declarada insolvente pelo tribunal, cerca de três semanas depois de se ter apresentado para tal junto do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa diz que “foi declarada a Insolvência da Sociedade Imobiliária Construtora Grão Pará, S.A”.
A construtora foi notificada na quarta-feira da decisão do Tribuna Judicial da Comarca de Lisboa, datada da véspera.
A Grão-Pará apresentou-se à insolvência em 22 de agosto, depois de os seus acionistas terem aprovado por unanimidade, em assembleia-geral, a insolvência da sociedade em 23 de julho.
Nos últimos 15 anos, a construtora acumulou resultados negativos, com exceção de 2024, quando teve um lucro de 617.724,43 euros.
Contudo, este resultado positivo deveu-se à reversão da imparidade do saldo da associada Grão-Pará Agroman.
A sociedade não tem há vários anos qualquer exploração ou atividade comercial, não gerando assim “quaisquer proventos”, segundo uma nota enviada também à CMVM, aquando do anúncio da marcação da assembleia-geral para decidir a insolvência da empresa.
A empresa tem subsistido devido a empréstimos contraídos por Abel Pinheiro (administrador do grupo) e pelos seus familiares diretos, que ascendem a mais de 1,5 milhões de euros.
Os vários membros do Conselho de Administração têm vindo a desempenhar funções de forma gratuita.
“[…] A razão primordial para a empresa ter nestes últimos anos lutado denodadamente pela sua viabilidade e subsistência, prende-se com as ações judiciais que se encontram pendentes, nomeadamente nos casos em que os demandados são os Estado e outras entidades públicas”, precisou na altura.
O grupo Grão-Pará é constituído pela Imobiliária Construtora Grão Pará e empresas associadas, com diversas áreas de atividade, das quais se destacam a do turismo e a imobiliária.













