Sustentabilidade: o futuro de todos os negócios

Com as questões da sustentabilidade a assumirem uma importância crescente nos nossos dias, os consumidores começam a demonstrar maior atenção à forma como também as empresas contribuem para um planeta mais saudável. A geração Millennial, de uma forma particular, é conhecida por investir no bem comum, e alguns estudos indicam que estes consumidores estão dispostos a pagar 10-25% a mais por produtos demonstradamente sustentáveis.

Esta tendência está a passar para a Geração Z, que já revela grandes preocupações com as alterações climáticas, sendo que 81% destes consumidores acreditam que as empresas têm um papel a desempenhar na resolução desta crise iminente.

Com estas duas gerações a representar a maioria dos consumidores do futuro, as empresas terão de rapidamente definir as suas estratégias tendo em vista um futuro sustentável.

 

Consumidores atentos

Demonstrar-se sustentável no mundo dos negócios agrada aos consumidores de hoje e amanhã. A redução da utilização do plástico, por exemplo, tornou-se uma argumento de venda ainda mais importante do que o preço. Tal como o orgânico ou o biodegradável, a ausência de plástica na produção pode tornar-se um fator de diferenciação competitiva.

Os consumidores estão mais atentos do que nunca às questões relacionadas com a sustentabilidade e têm o poder de punir as marcas que não seguem esta direção. A controvérsia em torno do óleo de palma é um dos exemplos disto, razão pela qual cada vez mais aparecem rótulos a informar o consumidor de que aquele produto não contém este ingrediente. A Islândia foi inovadora ao banir o óleo de palma dos supermercados, e está também a reduzir a utilização de plástico na sua produção.

 

Sustentabilidade no trabalho

Também no âmbito de trabalho já se sente a necessidade de sustentabilidade. 80% dos Millennials e Geração Z preferem trabalhar em empresas com práticas de sustentabilidade proativas. Isto faz com que empresas que não sejam percecionadas como sustentáveis tenham mais dificuldade em recrutar os melhores talentos.

Muitos já têm, nos seus empregos, locais próprios para a reciclagem de papel, por exemplo. No entanto, a sustentabilidade não se esgota na reciclagem, e o caminho cada vez mais passa por menos equipamentos eletrónicos ligados e uma grande redução da impressão de documentos. Estas medidas, no futuro, tornar-se-ão parte da cultura das empresas e já não terão de ser incentivadas porque passarão a fazer parte do dia-a-dia dos trabalhadores.

 

Investir no planeta

Os investidores também já começaram a notar o crescente foco na sustentabilidade. Para eles, faz sentido ter um portfólio sustentável, dado que cada vez mais a legislação penaliza a utilização de plástico e outras práticas insustentáveis, ao mesmo tempo que cria incentivos para a estratégia inversa. Note-se também que as 100 empresas americanas mais sustentáveis têm um maior crescimento do preço por ação quando comparadas com o índice S&P 500.

Por tudo isto, medir o sucesso de uma empresa já não está exclusivamente dependente do seu desempenho financeiro. As expetativas são maiores do que nunca. A sociedade exige das empresas, sejam públicas ou privadas, um propósito social. O sucesso passa hoje também pelo contributo que a empresa dá à sociedade.

 

Uma abordagem combinada

Não existem fórmulas mágicas para as empresas que querem tornar-se mais sustentáveis, mas sim um conjunto de abordagens que possam abranger todas as operações e cadeias de fornecimento. Trabalhar com outras indústrias, mesmo que concorrentes, pode igualmente ser importante para produzir um maior impacto. Um projeto sustentável que serve para uma empresa serve, potencialmente, para outra, o que torna possível um efeito em cadeia.

Outro ponto vital é a parceria com os governos e com organizações não governamentais no que diz respeito à inversão das alterações climáticas, à redução do plástico e a outras iniciativas que possam produzir benefícios para o planeta.

Se não existir este trabalho conjunto, apenas algumas parte dos problema estarão a ser endereçadas. Assim, para assegurar a sustentabilidade do futuro, é cada vez mais importante que as empresas coloquem de lado as suas diferenças em prol do bem comum.

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