Vodafone: Desenvolver o país

11Sendo um dos pilares para o crescimento económico da próxima década, o 5G traduz-se num benefício para as empresas e cidadãos e a Vodafone tem nos seus objectivos estratégicos contribuir para a digitalização e crescimento da economia, bem como melhorar a vida de mil milhões de cidadãos. Em entrevista à Executive Digest, António Reis Silva, director de Marketing da área Empresarial da Vodafone Portugal, explica os principais desafios e oportunidades da nova geração de rede móvel.

A Vodafone esteve, desde o primeiro momento, consciente da importância estratégica desta nova geração de comunicações para Portugal. O investimento feito no espectro 5G foi mais uma prova da aposta, ao longo de 30 anos, no desenvolvimento do conhecimento e da economia do País. Esforço esse que continuará, para levar a qualidade desta rede e a sua cobertura à generalidade da população no território nacional. «Depois de termos dado acesso ao 5G em 30 de Novembro aos nossos clientes, estamos a trabalhar com um conjunto alargado de organizações no desenvolvimento de algumas oportunidades de inovação abertas por esta tecnologia, que permitam melhorar a sua eficiência e a qualidade dos serviços que asseguram. O que, incluindo algumas áreas do sector público, se estende também às oportunidades de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos», explica António Reis Silva.

O 5G é um fortíssimo “enabler” para imensas oportunidades de inovação da sociedade. Um estudo da Roland Berger aponta para uma contribuição de 35 mil milhões de euros para o crescimento da economia nacional até 2035, o que se traduz numa taxa de crescimento médio anual de 1%. Para que tal aconteça é fundamental acelerar a adopção desta tecnologia. Um estudo de mercado da Vodafone concluiu que um elevado número de empresas e organizações está consciente que o 5G abrirá enormes oportunidades de inovação. Naturalmente, isso não inclui todas as organizações, pois uma parte relevante já tem em agenda a implementação de algumas destas soluções. Sublinhe-se ainda que, independentemente de estarem identificadas muitas oportunidades, o 5G permitirá a emergência de inúmeras startups e serviços, que vão surpreender-nos e contribuir para melhorar a nossa qualidade de vida.

A Vodafone tem nos seus objectivos estratégicos contribuir para a digitalização e crescimento da economia, bem como melhorar a vida de mil milhões de cidadãos, através da inovação e da prestação de serviços em áreas tão diversas como as telecomunicações, cloud, cibersegurança e IoT. «Enquanto tech comms, mais do que unicamente operadora de telecomunicações, estamos em condições privilegiadas de cruzar as mais avançadas tendências mundiais com o profundo conhecimento que temos dos desafios e necessidades das empresas e dos consumidores no mercado nacional. E, com a introdução do 5G, alargámos o nosso ecossistema de parceiros, por forma a acelerar a co-criação de novas soluções com os nossos clientes, beneficiando naturalmente do facto de algumas dessas soluções já estarem a ser trabalhadas ao nível do Grupo Vodafone», diz o director de Marketing.


5G HUB

Este centro de inovação junta a Vodafone Portugal a parceiros do sector como a Ericsson, Altran, Celfinet, além das startups Nimest e Parkio, bem como, no meio universitário, o Instituto Superior Técnico, em Lisboa, e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Através do desenvolvimento de exemplos específicos que possam capitalizar a implementação do 5G pretende- -se contribuir para o seu estudo e desenvolvimento em Portugal. «É mais um sinal de aposta num mercado em que já investimos, no total, mais de mil milhões de euros nos últimos cinco anos – obviamente não exclusivamente no 5G –, sempre com foco na inovação e no cliente», acrescenta António Reis Silva.

Sobre as inovações e os serviços já existentes que irão reinventar-se, aproveitando a alta velocidade e baixa latência do 5G, o director de Marketing sublinha o elevado nível de estabilidade, resiliência e segurança desta rede, crítico para garantir a confiabilidade de soluções em áreas de gestão de operações industriais, controlo remoto de veículos, veículos autónomos, soluções na área da saúde, etc. E a capacidade que ela traz para processar o tráfego gerado por um milhão de dispositivos por cada km2, gerando uma comunidade altamente conectada com enormes benefícios para as “smartcities”, “smartgrids” ou para a indústria 4.0. «É difícil deixar de fora inovações e serviços digitalizados que não possam, de alguma forma, beneficiar destas caraterísticas, alavancadas por tecnologias com a inteligência artificial, machine learning, sensorização ou IoT. Desde logo a indústria, que pode transformar o seu chão de fábrica e os seus processos, no âmbito da Indústria 4.0, para responder às necessidades de produção customizada e economia circular que evitem desperdícios e antecipem problemas. Depois, os transportes, permitindo não apenas optimizar o tráfego de veículos como criar condições para que, um dia, venhamos a ter condução autónoma», sublinha António Reis Silva.

As cidades inteligentes, já referidas, com equipamentos conectados que permitem gerir o quotidiano de comunidades – gestão de águas, resíduos, energia – são outra aplicação possível. Na saúde e nos cuidados, tirando partido das intervenções remotas que podem ser realizadas, não apenas na observação e diagnóstico, mas também no tratamento e intervenção – cirúrgica, por exemplo – nos pacientes e reduzindo o isolamento. Igualmente no entretenimento, vai permitir criar, transformar e apresentar conteúdos de formas que ultrapassam em muito aquilo que já hoje é possível com as ofertas mais avançadas de jogabilidade e fruição do audiovisual.


DESAFIOS

A baixa latência, associada ao elevado tráfego de dados que proporciona, vai ajudar a melhorar a experiência do utilizador. Em áreas como o multimédia ou os jogos, por exemplo, permitirá aumentar a autenticidade, proximidade e exclusividade, potenciando a criação de novos conteúdos. As distâncias no mundo digital serão ainda mais encurtadas e a sensação de domínio físico no desempenho de tarefas de precisão também sairá reforçada. «Independentemente das redes ou das tecnologias de que estejamos a falar, a questão da cibersegurança é um desafio sério e que tem de ser encarado como tal por todas as organizações e Estados. E que começa, desde logo, no utilizador de base – que, muitas vezes não tem essa noção, mas é um agente primordial na protecção dos seus dados e procedimentos e dados alheios. «Dito isto, evoluções tecnológicas como o 5G, prestado através do espectro dedicado aos operadores, constituem um reforço na área de cibersegurança. O que não retira a necessidade de as organizações usarem serviços nesta área, como os que a Vodafone também está a prestar. Por exemplo, em Novembro passado lançámos um novo portefólio de serviços para ajudar as empresas, sobretudo as menos capacitadas de raiz, a identificar e a responder a cenários de risco com origem em ciberataques», adianta António Reis Silva.


OPORTUNIDADES

Objectivamente, todos os sectores de actividade podem beneficiar das oportunidades abertas pelo 5G. Temos oportunidades identificadas para todas as áreas, incluindo o sector público, a que se juntam a saúde, a indústria, os aeroportos, portos e logística, o sector de media e entretenimento, além do retalho e agricultura. Empresas com uma grande exposição a mercados internacionais, em particular as de elevada maturidade tecnológica, terão aqui um push importante para se destacarem ainda mais e aumentarem a sua competitividade.

«Sendo um dos pilares para o crescimento económico da próxima década, o 5G traduz-se num benefício para as empresas e cidadãos. Tomando em consideração a importância das redes de telecomunicações neste período de pandemia, com muitas das actividades a serem asseguradas remotamente – incluindo as teleconsultas e o teletrabalho – as organizações estão muito mais conscientes da importância das telecomunicações, incluindo as redes de dados, o 5G e IoT, assim como da relevância das soluções de colaboração remota, cloud e segurança», conclui António Reis Silva.


E
ste artigo faz parte do Caderno Especial “5G / O Mundo da Conectividade”, publicado na edição de Fevereiro (n.º 191) da Executive Digest.

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