UNIVERSIDADE PORTUCALENSE – Estratégias de expansão
A Universidade Portucalense (UPT), no Porto, dispõe de uma oferta no âmbito da formação executiva nas áreas do Direito e Estudos de Jurisprudência; Economia; Ciências Empresariais; Informática; Psicologia; Ciências da Educação; Cultura a Humanidades; Turismo; Hospitalidade; e Marketing. Os cursos de formação aplicada destinam-se a alunos provenientes de diferentes áreas de negócio e empresas de dimensão muito variada, tendo por base a aproximação da investigação à competitividade, como explica o vice-reitor da Universidade Portucalense, José Caramelo Gomes: «A formação de executivos, tal como toda a oferta formativa da Portucalense, assenta numa relação íntima e aprofundada com a investigação científica aplicada. A UPT considera que a sua função principal é transformar investigação em competitividade, através da alquimia do conhecimento em inovação, e imprime esta visão em toda a sua oferta formativa».
A Universidade Portucalense tem uma estratégia em termos de formação executiva que assenta na concepção dos cursos a partir da análise das necessidades de formação sentidas pelos profissionais e pelas empresas. Neste sentido, a inovação surge como um tema de grande importância e transversal a todos os sectores. «O core da formação executiva, graduada e não graduada, é essencialmente processual, na perspectiva de transformar conhecimento de ponta, desenvolvido pela própria UPT, em inovação empresarial – através de modelos de diagnóstico, modelos de intervenção, e disseminação de boas práticas», afirma José Caramelo Gomes.
Para responder às necessidades das empresas e do mercado, é essencial que a formação executiva tenha uma componente de projecto, e nesse sentido, a Universidade Portucalense «aplica na sua formação executiva, com as necessárias adaptações em função das características próprias de cada programa, em termos de nível de formação, duração e destinatários, o conceito de base subjacente aos programas de doutoramento industrial».
Este tipo de programa, desenvolvido inicialmente na Dinamarca, tem conhecido uma enorme expansão em toda a Europa e assenta numa ideia base: «juntar uma universidade, uma empresa e um estudante na realização de um projecto individual de investigação, que aproveitará, na medida do respectivo perfil, a cada um deles: a universidade cria conhecimento, a empresa obtém inovação e o estudante obtém formação e, muitas vezes, um posto de trabalho».
«Este modelo de formação, apesar de concebido de raiz para programas de doutoramento, pode, com facilidade e vantagens competitivas, ser replicado em outros níveis de formação, graduada ou não», defende o vice-reitor da Universidade Portucalense.
INTERNACIONALIZAÇÃO
As empresas procuram cada vez mais expandir-se e, num país como Portugal, este processo passa por ultrapassar as fronteiras e tornar o negócio global. José Caramelo Gomes explica como a Universidade Portucalense prepara os seus formandos para estratégias de expansão de negócios: «A Portucalense considera que a expansão do negócio para as empresas nacionais ou instaladas em Portugal passa, quase obrigatoriamente, pela internacionalização. Esta é, de resto, uma constatação que a Portucalense retirou do seu próprio posicionamento no mercado e que extrapolou na formação executiva que propõe. Idiomas, multiculturalismo, proactividade, criatividade e organização são um conjunto de competências que os programas de formação da Portucalense trabalham intensamente, a par da formação técnica indispensável».
Internacionalização ou globalização é, no entender da Portucalense, «quase a única receita de sucesso para o crescimento do negócio. O mercado nacional tem a dimensão de uma cidade média a nível global. A massa crítica é, por isso, muito reduzida no nosso País».
«A internacionalização exige formação e essa formação tem necessariamente que ser holística, abrangendo hard e soft skills, quer na perspectiva da sua aquisição, quer na perspectiva do seu desenvolvimento. Na internacionalização ou globalização, a multiculturalidade e a competência linguística, a par da capacidade de comunicação, da relationship building e da empatia, são factores críticos de sucesso, passíveis de ser trabalhados em formação executiva».
Se a internacionalização é a receita de sucesso para a expansão dos negócios portugueses, o mesmo se poderá dizer do Ensino. É cada vez mais comum encontrar- -se estudantes estrangeiros nas universidades portuguesas, mas segundo José Caramelo Gomes, Portugal tem ainda um caminho a fazer antes de se tornar uma referência internacional no que diz respeito à Educação: «A Portucalense iniciou um processo de internacionalização há cerca de 4 anos. Portugal não é uma referência internacional em termos de formação de executivos e, em bom rigor, salvo algumas excepções, não é uma referência internacional em termos de Ensino Superior e Investigação».
«Existem diversas razões para isso, sendo as mais significativas a tradicional endogamia da academia portuguesa e uma certa sobranceria da Língua Portuguesa dentro da nossas instituições. A Portucalense, sendo, no panorama nacional, uma universidade ainda jovem (apenas trinta anos), não teve tempo, felizmente, para arreigar essas práticas, o que lhe permitiu adoptar as medidas necessárias à internacionalização – recrutamento de docentes e investigadores global, programas de formação em inglês e recrutamento global de alunos. Este plano de internacionalização resultou já numa expressiva percentagem de alunos, docentes e investigadores internacionais, principalmente fora do espaço da Lusofonia, onde tradicionalmente as instituições nacionais se movimentam».