Proximidade e inovação para uma liderança de excelência

A Mind é uma empresa 100% portuguesa, que opera na área das tecnologias da informação e dos sistemas industriais. Constituída há mais de 25 anos, é hoje uma referência na área do software para o sector do calçado e do têxtil, e ocupa uma participação cada vez maior no mercado nacional e internacional, dado o seu carácter inovador e a sua política de proximidade com o cliente.

Surgiu como uma startup tecnológica, uma vez que nasceu de um conjunto de pessoas que vieram de equipas de investigação e docência do Instituto Superior Técnico e do INESC Lisboa. Em boa hora decidimos constituir-nos como empresa e, graças ao carácter marcadamente inovador dos nossos produtos, temo-nos conseguido afirmar no mercado com assinalável sucesso, primeiro no mercado nacional, e depois no mercado internacional ». É desta forma que João Bernardo, CEO da Mind, descreve o papel que esta empresa, constituída por capitais 100% portugueses, tem tido nos seus sectores de referência.

O processo para a constituição da Mind começa, assim, em1984, quando, «no âmbito do IST e do INESC, começámos a desenvolver um conjunto de projectos de investigação aplicada, cujo sucesso conduziu primeiro à construção de um dado número de protótipos que, quando expostos ao mercado, mostraram ter potencial de produto», recorda o CEO da Mind.

Depois do lançamento de um centro de transferência tecnológica, o projecto teve um período de incubação durante o qual protótipos foram transformados em produtos e foram feitas as primeiras alianças comerciais, conseguindo provar que se tratava de uma unidade financeiramente sustentável. O sucesso desses projectos foi aplicado a sectores industriais tradicionais, como a confecção de vestuário e o calçado, sendo o do calçadomais forte.

«Também dominávamos algumas tecnologias ditas na altura de sistemas interactivos e de multimédia, que nos permitiram explorar outras áreas de negócio, mas hoje em dia estamos concentrados em duas áreas primordiais: uma de sistemas industriais, onde abordamos vários sectores industriais – começámos pelo calçado, passámos para a confecção de vestuário, mas temos também soluções adequadas para mobiliário, automóvel e aeronáutica; por outro lado, temos uma unidade de negócios que desenvolve soluções para gestão de bibliotecas, gestão de arquivos e, mais recentemente, para a desmaterialização de processos de urbanismo nas câmaras municipais», reflecte o mesmo responsável.

Com o tempo, a Mind passou a ter, no ramo industrial, duas áreas que hoje definem o seu core business: «A área de CAD e CAM, que depois se dividem em quatro famílias principais de produto. Temos a área de MindCAD, que nasceu da parte de modulação do calçado e evoluiu, já na componente 2D, para áreas como a do automóvel, estofos e marroquinaria. Depois, temos uma área mais ligada a vendas, que é o MindSALES, e o MindGEST, que faz toda a parte de gestão, quer da componente de modelação, quer da componente de corte. Por fim, temos oMind- CUT, a parte que gere toda uma célula de corte», resume Ricardo Carranca, director de unidade IDI. Tendo lançado os primeiros produtos na área do calçado, a Mind começou, historicamente, pela área dos CADs, para desenvolver e fornecer sistemas de CAD 2D e posteriormente CAD 3D.

«Mais tarde, entrámos na área do corte automático, também desenvolvendo soluções de software que integramos com máquinas de corte automático, neste caso através de uma parceria com a Zünd, uma empresa suíça, e fornecemos essas soluções completas ao mercado. No calçado, actuamos nestas duas grandes áreas de desenvolvimento do produto: sistemas CAD2De 3D, sendo o desenvolvimento técnico de produto na componente 2De a componente do design nos sistemas CAD 3D», acrescenta Vitor Duarte, director de unidade SIP. LIDERANÇA DE MERCADO «Somos líderes de mercado na componente CAD, até porque historicamente começámos por aí.

Somos claramente uma referência, apesar da concorrência forte vinda de Itália, com soluções mais acessíveis.  Nos últimos tempos, temos, inclusive, instalado projectos ambiciosos e abrangentes na área do calçado, com soluções novas e uma diferente orientação em termos daquilo que é possível fazer na área do corte automático pelas empresas de calçado», sublinha Vitor Duarte. A experiência no sector têxtil também já conta com alguns anos, tendo iniciado em 2005 uma presença que é, actualmente, incontornável. «A nossa primeira solução vendida na área do têxtil foi em 2005, à Petratex, que é provavelmente a empresa mais inovadora na área da confecção.

Na altura, produziamos fatos que o Michael Phelps usava para bater os recordes, que eram peças sem costura. Tinham, então, necessidades singulares de corte, para cortar um material muito específico, sendo que o processo de ligação entre as diferentes componentes da peça de vestuário era feito por processos de colagem e não por costura tradicional. As nossas máquinas, na altura, foram as únicas que conseguiram ser uma solução », relembra o director de unidade SIP. O mesmo profissional refere, ainda, a importância da parceria com outra empresa nacional – CRIALME –, activa na produção de fatos de homem de alta qualidade, que também permitiu à Mind criar e lançar soluções de software extremamente inovadoras e únicas no mercado. MERCADO INTERNACIONAL Nas indústrias de calçado e de produtos empele, a Mind começou por desenvolver e distribuir soluções de apoio ao design, à engenharia de produto, à concepção, tornando- -se rapidamente líder de mercado a nível nacional. «Estando esse mercado saturado, por volta de 2002/3 sentimos a necessidade de estabelecer as nossas primeiras parcerias internacionais com empresas de software e de bens e equipamentos multinacionais que operavam nestes mercados.

Com base nessas alianças conseguimos entrar em mercados externos e angariar os primeiros grandes clientes – as maiores empresas de calçado no mundo, quer nos EUA, quer no extremo oriente, nomeadamente na China», evidencia João Bernardo, CEO da Mind. Para manter e alavancar esta actividade, decidiram complementar a oferta da empresa com soluções de corte automático e foi, então, que entraram na área da automação industrial. «Não sendo produtores demáquinas, e sendo tipicamente uma “software house”, estabelecemos primeiro uma aliança com a empresa Zünd, da qual nos tornámos distribuidores exclusivos em Portugal. Tendo sido bem-sucedidos no país, alargámos a parceria com a Zünd para a tornar bidireccional. Hoje em dia, não só revendemos as soluções da Zünd em Portugal como na China, como fornecemos o nosso software para a Zünd integrar nas suas máquinas e revender através da sua rede de distribuição mundial», contextualiza o CEO.

A nível internacional, e na área do CAD, a Mind trabalha, actualmente, com as maiores referências no calçado, fazendo projectos à medida e fornecendo produto próprio. «Temos grandes projectos de implementação e desenvolvimento de software com, por exemplo, o maior fabricante de estofos europeu, que é a Polipol, uma empresa alemã com fábricas na Polónia», complementa Ricardo Carranca, responsável pelo desenvolvimento de software para a unidade de negócio industrial. DESAFIOS E PLANOS PARA O FUTURO Num mercado claramente abrangente, e por vezes saturado, a Mind acredita que ainda existe espaço para aumentar a sua quota nesta área, seja pela sua forma de abordar o mercado e as empresas, seja pela consciência de que é necessário estar aberto e apto a procurar responder às necessidades que vão surgindo.

«Temos espaço para crescer porque trabalhamos tecnologias e soluções que fazem face à resolução de grandes constrangimentos que as empresas têm, para lidar com produtos que necessitam desta tecnologia, como no corte de tecidos com riscas e xadrez. As empresas têm dificuldade em ter recursos para fazê-lo manualmente, pois as gerações mais novas já não querem fazê-lo e os mais velhos estão a sair das empresas. Assim, as empresas já só conseguem fazê-lo com base em tecnologia e a nossa vantagem é essa mesma. Começamos a ter alguns concorrentes, mas as nossas soluções estão claramente um passo à frente da concorrência», reitera Vitor Duarte. Nesta proximidade com o mercado nacional e suas necessidades específicas, a Mind tem neste momento diversos projectos na área da investigação. «No plano nacional, temos dois grandes projectos financiados pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), um na área do calçado e marroquinaria, que é o FAIST, feito com o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), cujo objectivo é desenvolver sistemas para melhorar toda a parte de digitalização das empresas na área do calçado e da marroquinaria; e temos um outro, na área da confecção, feito em conjunto com o CITEVE, para a modernização e digitalização da área dos têxteis e confecção de vestuário.

Tanto derivado destes dois grandes projectos, como de outras actividades internas, temos projectos de inovação, investigação e desenvolvimento na área da realidade aumentada e da inteligência artificial, que hoje em dia estão muito na moda e nós, como uma empresa inovadora, estamos na crista da onda nessas áreas», avança Ricardo Carranca. Para o futuro, a Mind procura manter a sua filosofia de proximidade com o cliente e com as necessidades do mercado como pontos distintivos no sucesso da empresa. Na opinião de Vitor Duarte, a empresa apresenta diversas vantagens face à concorrência: «O facto de sermos portugueses e o software ser desenvolvido em Portugal ajuda. Temos, por outro lado, equipas muito eficientes, quer seja no suporte técnico ao cliente, quer seja no desenvolvimento do software de produto, que dão segurança ao mercado e às empresas.

Esta abordagem permite-nos estabelecer relações mais próximas como cliente, que tendencialmente confia em nós, mas também nos permite estar atentos e perceber as necessidades dos clientes, e irmos desenvolvendo as nossas soluções no sentido de caminharmos lado a lado com estes parceiros», acrescenta. Face ao dinamismo do segmento, a proximidade e o acompanhamento do mercado são essenciais para um futuro sustentado e de crescimento consolidado, mas ainda existem alguns pontos a ter em conta: «Temos que estar atentos a mudanças que têm não só a ver com a tecnologia – é óbvio que os avanços da inteligência artificial e da robótica condicionam fortemente a nossa oferta –,mas também com o próprio comportamento dos mercados.

Se falarmos da área industrial, temos que ter em conta que os ciclos de moda são cada vez mais curtos, que há cada vez mais necessidade de fornecer um produto altamente especializado e personalizado e entregue em tempos cada vez mais curtos. E, já agora, ter em conta que as mudanças na vida pessoal e profissional das pessoas, nesta turbulência em que vivemos (pandemias, conflitos internacionais, alterações climáticas), fazem com que as pessoas encarem a vida pessoal, mas também profissional, de outra forma. Penso que é nossa responsabilidade adaptar-nos cultural e organicamente aos novos anseios das pessoas, porque, na verdade, o capital humano é o que há demais importante numa empresa», conclui João Bernardo, CEO da Mind.

Ler Mais