Mundicenter: “O caminho tem sido de crescimento”

Fundada em 1983, a Mundicenter é uma empresa do Grupo Alves Ribeiro que actua no sector da gestão e promoção imobiliária, desenvolvendo a sua actividade em quatro áreas: Centros Comerciais, Escritórios, Consultoria e Serviços de Assistência e Manutenção. Foi responsável, em 1985, pelo lançamento do primeiro grande centro comercial inaugurado em Portugal, o Amoreiras Shopping Center, no coração de Lisboa.

Desde então, o caminho tem sido de crescimento, com a Mundicenter a deter oito grandes espaços comerciais, com um total de área bruta locável de 200 mil m2.As prioridades são a consolidação e crescimento da actividade, focada na sustentabilidade, rentabilidade e qualidade do serviço prestado.

VIAGEM DO CONSUMIDOR

Hoje, assiste-se a uma contínua mudança de mentalidade e de vivência dos consumidores. Um shopping tem que conseguir responder às necessidades e ao que as pessoas valorizam. «Não temos um consumidor, temos vários, com diferentes estratos e poder de compra e em termos etários, mas todos cada vez mais exigentes. Temos que perceber quais são os hábitos dessas pessoas, antecipando a sua evolução e tendências, para em tempo útil podermos corresponder ou exceder as suas expectativas», sublinha Fernando Oliveira, administrador da Mundicenter.

Perante esta realidade, os espaços comerciais têm dado passos para acompanhar as necessidades dos diferentes tipos de consumidores e, neste sentido, a Mundicenter em específico tem como desafio «continuar a fazer com que os espaços comerciais sejam centros de referência, não pela sua dimensão, mas pela sua qualidade, nas zonas urbanas onde marcam presença, sempre ajustando o mix comercial e de serviços ao seu público-alvo», partilha Fernando Oliveira.

Desde o início que, para a Mundicenter, um centro comercial não se resume a vender produtos. De resto, um posicionamento reforçado pelo facto destes espaços terem passado a fazer parte integrante da vida das pessoas. «A vida, aqui, acontece nas suas diferentes vertentes, onde para além da satisfação das necessidades básicas, o lazer e as experiências assumem cada vez mais um papel preponderante. Para termos sucesso, temos de estar em permanente actualização, respondendo de forma eficaz e inovadora às novas “necessidades” dos consumidores», assegura ainda.

Por isso desde cedo que procura proporcionar a melhor experiência possível na “viagem do consumidor”, «começando por entregar a melhor oferta comercial, de serviços e de lazer, devidamente enquadrada em instalações modernas, funcionais e confortáveis. Pretendemos que o nosso público tenha uma experiência fluída em cada visita, desde o momento que entra no shopping até que sai. Nesse sentido, é importante o trabalho que temos desenvolvido na requalificação e modernização dos espaços comuns, as novidades que regularmente aportamos ao mix comercial, bem como a aposta em eventos que vão ao encontro dos perfis de cada centro», detalha Fernando Oliveira.

A todos estes desafios acrescem as plataformas, que têm tido um peso crescente. «Começou com o iPhone, em que o seu sucesso vai além do dispositivo, mas vem da plataforma em que reuniu um mundo, permitindo criar uma série de aplicações e disponibilizá-las. Com isso, alterou completamente o paradigma dos telemóveis. Depois, apareceram plataformas como a Uber, o Airbnb, entre outras. São plataformas em que as pessoas satisfazem as suas necessidades de uma forma muito mais fácil, sem grandes complicações, sem envolver muita gente, porque resolvem directamente.

Um centro comercial sempre foi uma plataforma, mas física. Proporcionava espaços a diferentes operadores para interagirem com os consumidores e vai continuar a ser essa plataforma. Agora, a actualização tem que ser em termos das necessidades e dos hábitos e dos meios disponíveis. Para nós, o grande desafio é como incorporamos isto numa actividade do centro que faça sentido na interacção com os clientes, que responda às suas necessidades», conta enquanto explica que este é o grande desafio e é nisso que têm que trabalhar.

Os centros comerciais têm que sofrer algumas alterações. «O sector dos centros comerciais não está a morrer, está a transformar-se. Já houve muitas actividades e profissões que desapareceram, outras novas apareceram e outras vão aparecer. Há períodos em que estas transformações são mais radicais e têm um impacto maior. Avizinham-se algumas transformações que poderão ser mais radicais na utilização e no impacto que têm nos hábitos das pessoas, as facilidades que vão ser tornadas disponíveis, nomeadamente através da evolução tecnológica e oportunidades que o 5G vai possibilitar.

Vêem-se muitas lojas e operações que começaram apenas digitais e já estão a abrir espaços físicos. Mesmo quando há marcas que começam a investir muito no comércio electrónico, ao mesmo tempo, querem maiores espaços físicos. Mas aí está relacionado com a localização, porque é um showroom, assim como local de entrega. Apesar das alterações, a parte física vai continuar a ter um papel relevante na interacção com as pessoas. Temos de nos ajustar sendo o factor crítico para o nosso sucesso conseguirmos entender e, tanto quanto possível, antecipar essa evolução.»

MODERNIZAÇÃO

São permanentemente analisadas as possibilidades e necessidades de fazer evoluir os Centros da Mundicenter. Neste momento, tem em curso duas obras de expansão/renovação, no Oeiras Parque e no Strada Outlet. Outras situações estão em estudo, ainda que este ano não estão previstos mais investimentos, esclarece o administrador da Mundicenter.

«O nosso objectivo é melhorar e inovar o nosso mix comercial e de serviços. Ainda recentemente abrimos novas lojas, algumas as primeiras em Centro Comercial como é o caso da Wickett Jones (Amoreiras) e futuramente da Kinda Home (Oeiras Parque), a primeira loja desta marca de casa e decoração em Lisboa. A Ralph Lauren acabou de abrir a primeira loja full-price da Península Ibérica no Amoreiras e futuramente, em Outubro, estará presente no Oeiras Parque.

A Devred entrou no mercado português através do Oeiras Parque. Das marcas espanholas, salientamos a abertura da primeira loja Brownie em Lisboa e o reforço da presença da Scalpers. A Xiomi escolheu o Oeiras Parque para abrir na grande Lisboa a primeira loja oficial», vai contando Fernando Oliveira. Na área da restauração, a gelataria Santini entrou pela primeira vez em centros comerciais com um quiosque no Oeiras Parque e ainda este Verão ganhará um espaço de loja no Amoreiras.

O Dote, o Naked e o Mangia Mangia, este último pertencente ao Grupo Multifood, são conceitos de restauração que se lançaram em centros comerciais através da Mundicenter. A maioria dos centros comerciais têm feito algum esforço para se modernizar, decorrendo desde já há algum tempo obras com o objectivo de adaptação do espaço e oferta aos novos tempos. «Não é apenas na oferta comercial, é sobretudo, nos serviços, lazer, qualidade do espaço físico, ambiente e serviço prestado e facilidades disponibilizadas.

É nas actividades e eventos proporcionados a quem nos visita. É nas iniciativas de responsabilidade social, da sustentabilidade, iniciativas cada vez mais valorizadas pelos nossos consumidores. Tudo isto é uma preocupação nossa, e que continuará a orientar a nossa actividade no futuro», conclui.

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