ISCSP-ULISBOA – Gestão em saúde
A pós-graduação em Administração e Gestão da Saúde (PGAGS) do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULisboa), reconhecida oficialmente pelo Colégio da Competência em Gestão de Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos, vai iniciar a sua 4.ª edição, apresentando-se como valor acrescido na formação de todos aqueles que, independentemente da sua formação de base, queiram fazer parte de uma equipa de governação capaz de liderar a gestão de saúde nos próximos anos.
Segundo Rui Miranda Julião, médico, professor auxiliar convidado do ISCSP-ULisboa e coordenador da pós-graduação em Administração e Gestão da Saúde, «a saúde apresenta-se como uma das áreas que, a curto e médio prazo, vai estar submetida a grande pressão, desde logo pela alteração de paradigma que coloca o cidadão no centro do sistema, a que se junta o actual contexto sociodemográfico – uma população envelhecida, um baixo índice de natalidade e o aumento das doenças crónicas».
«Acresce a tudo isto, por um lado, a inovação medicamentosa que vai ser um dos grandes desafios, pois a sustentabilidade económico-financeira do nosso sistema de saúde pode vir a estar em causa pelo crescente número de novos fármacos, mais eficazes e com menos efeitos secundários, sobretudo nas áreas de oncologia, infecciologia, cardiovascular e diabetes e, por outro, a inovação tecnológica, independentemente da sua natureza. Daqui resultam não só questões de despesa galopante, mas de equidade e ética, relevando- -se a acessibilidade dos doentes às novas terapêuticas como um problema que aflige actualmente vários países do mundo inteiro.»
Neste sentido, a pós-graduação em Administração e Gestão da Saúde surge como uma solução formativa actual e relevante, contando desde a sua primeira edição com o patrocínio da Fundação Servier. Rui Miranda Julião considera que «além de prestigiante e de representar a ligação a uma das áreas chave do sector da Saúde, a indústria farmacêutica, este patrocínio permite a atribuição de três prémios de mérito aos três participantes que obtenham as melhores classificações. A par do relevo do reconhecimento do mérito pela Fundação Servier, através da emissão do respectivo diploma, o prémio pecuniário permite aos participantes a recuperação de uma parte significativa do investimento na sua formação, outro forte incentivo à escolha desse curso. Os premiados de edições anteriores assim o atestam».
Deste modo, segundo o ISCSP- -ULisboa, os principais objectivos desta pós-graduação em Administração e Gestão da Saúde são: dar a conhecer as teorias e conceitos, os métodos, as técnicas e instrumentos de Gestão que facultem um quadro de referência adequado à sua aplicação prática; formar quadros superiores de organizações, públicas, privadas e/ou sociais, com elevada capacidade técnica e conhecimentos específicos neste sector, que permitam o desenvolvimento e reforço da capacidade competitiva das suas organizações; adquirir competências na área da gestão e administração de serviços de saúde; promover a interacção entre alunos e formadores com aplicação prática dos conhecimentos através da análise de casos; incentivar a “produção do saber” através da realização de trabalhos académicos e respectiva publicação.
Relativamente a públicos-alvo, a pós-graduação em Administração e Gestão da Saúde do ISCSP-ULisboa destina-se a quadros superiores do sector da Saúde que pretendam actualizar ou aprofundar os seus conhecimentos na área científica da Gestão; profissionais de Saúde como médicos, dentistas, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica; licenciados das áreas de Gestão, Economia, Finanças, Direito, Tecnologias da Saúde, Serviço Social e outros técnicos superiores com responsabilidades de gestão no sector público, privado e/ou social; outros dirigentes de instituições de saúde, nomeadamente Conselhos de Administração ou Directores Executivos de ACES/Coordenadores de Unidades Funcionais.
FORMAÇÃO EM SAÚDE
Segundo Rui Miranda Julião, «o futuro da formação em saúde vai estar em sintonia com a importância da integração, articulação e envolvimento dos profissionais de saúde, não profissionais de saúde e doentes, em novos modelos de aprendizagem, trabalho de equipa e maior envolvimento com as diferentes comunidades, aliás já preconizado pela Organização Mundial de Saúde, nos seus relatórios de 2009, 2010 e 2013».
«Melhor do que fazer muitas coisas, é e será importante que se façam as coisas certas (“to do things right and to do the right things”), e neste sentido partilhamos os nossos saberes de uma experiência enquanto médico de carreira hospitalar, com uma vivência de gestão de mais de vinte anos, com os saberes de outras pessoas de diferentes áreas, de que resultou um programa equilibrado na pós- -graduação em Administração e Gestão da Saúde e que nos tem granjeado elogios.»
Rui Miranda Julião lembra ainda que, «desde há alguns anos, tornou-se evidente a necessidade de envolver todos os agentes intervenientes na saúde. Se por um lado, os profissionais de saúde, detentores de conhecimento próprio nas suas áreas, se especializavam cada vez mais, era notório o seu deficit em áreas de administração e gestão.
De igual forma, os administradores e gestores das diferentes organizações de saúde estavam longe de perceber os mecanismos que conduziam à decisão em saúde, bem como, a complexidade que é gerir esta área. Daqui resultava a não existência de zonas comuns de conhecimento, agravada por diferentes tipos de linguagem. Por outro lado, os doentes não tinham participação activa porque não era suficientemente reconhecida. Felizmente os tempos estão a mudar, pois a sensibilidade de todos é maior e só um esforço colectivo irá permitir ultrapassar, entre outras, as diferenças atrás descritas, para que todos nos foquemos nas verdadeiras necessidades e prioridades de saúde. Envolver universidades, entidades diversas e grupos profissionais será certamente um caminho obrigatório a desenvolver e aprofundar».