Faculdade de Ciências Humanas: Ambiente de ensino internacional

Manterem-se entre os melhores do mundo é um processo exigente, a que a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica responde à altura. Pelo facto de estar a criar uma nova geração de talentos. Nelson Ribeiro, director da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, fala sobre os resultados alcançados que se explicam por uma clara aposta na internacionalização do curso, mas também pela excelência do ensino e pela criação de parcerias estratégicas.

O Mestrado em Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Humanas está entre os melhores do mundo nas áreas de Comunicação e Marketing. Como vê este reconhecimento internacional? É um reconhecimento importante que confirma a qualidade do nosso ensino e que é também comprovado pelos excelentes níveis de empregabilidade dos nossos alunos e pela crescente procura por parte de candidatos estrangeiros, oriundos sobretudo da Alemanha, Suécia e Itália, mas também de diversos países na Ásia, América do Norte e América do Sul.

Mantermo-nos entre os melhores do mundo é exigente, mas temos um corpo docente altamente qualificado, que participa em redes e projectos de investigação internacionais financiados através de concursos altamente competitivos. Paralelamente, apostamos na relação com o mercado de trabalho pois uma das nossas preocupações é a de sermos um parceiro de referência para as empresas e instituições que procuram contratar uma nova geração de talentos capaz de promover a inovação.

Como funciona o Mestrado em Ciências da Comunicação e o que o diferencia de outros na área? O Mestrado oferece seis especializações – Comunicação, Organização e Liderança; Media e Jornalismo; Comunicação, Televisão e Cinema; Comunicação, Marketing e Publicidade; Internet e Novos Media; e Comunicação Política. Todas proporcionam um estudo aprofundado de diferentes subáreas da Comunicação que na última década assistiu a uma enorme especialização em sequência do crescimento da economia digital.

Todas as empresas e organizações, bem como o sector público, sentem a necessidade de reforçar as suas competências de comunicação, mas há que ter em conta que hoje assistimos a uma necessidade crescente de competências em subáreas da própria comunicação. É essa especialização que o Mestrado oferece, ao mesmo tempo que incentiva os estudantes a desenvolver competências de investigação e de pensamento crítico que são cada vez mais cruciais para as empresas poderem inovar e assim se afirmarem num ambiente global competitivo. Aliás, outra das características do curso é a ligação ao mundo empresarial, através dos programas de mentoring e job shadowing e dos estágios que os alunos podem realizar no segundo ano.

Os nossos estudantes têm também acesso a programas de estágio internacionais através de bolsas que são disponibilizadas via Atlantic Erasmus Training Consortium que está sediado na Faculdade de Ciências Humanas. Qual o perfil dos estudantes? Os estudantes que procuram o Mestrado em Ciências da Comunicação provêm de licenciaturas em diferentes áreas das humanidades e das ciências sociais e económicas, havendo uma clara prevalência dos licenciados em Comunicação, Direito, Gestão, Sociologia e Economia. Contudo, há também  interesse por parte de diplomados noutras áreas, nomeadamente nas Engenharias.

Para estes estudantes oferecemos um curso preparatório em Setembro de modo a que passem a dominar alguns conceitos da área da Comunicação antes do seu ingresso no curso. Em termos de idades, a maioria dos nossos estudantes são recém-licenciados, com uma curta experiência profissional, embora tenhamos também alunos que estão a trabalhar há diversos anos e que voltam à universidade para aprofundar a sua reflexão sobre o que está a mudar com a economia digital na área da Comunicação e do Marketing. A procura por parte de estudantes estrangeiros tem sido crescente, ano após ano.

Como conseguem atrair esses alunos? A nossa estratégia passa por fomentar um ambiente de ensino verdadeiramente internacional, em que todos se sentem parte de uma comunidade de aprendizagem que tira proveito das diferentes experiências culturais que convivem na sala de aula. Os nossos actuais e antigos alunos são quem mais promove o curso dentro e fora de Portugal. Isso para nós é muito importante pois acreditamos que quem nos escolhe deve sentir que leva consigo algo que o vai diferenciar no mercado de trabalho e na sociedade. Ainda que seja muito importante formar profissionais, é ainda mais crucial formar cidadãos capazes de defender os seus direitos e de cumprir com os seus deveres. O facto de não nos preocuparmos apenas em formar para o imediato é algo que muitos estudantes apontam como um factor diferenciador do nosso ensino.

Na nossa visão, o ensino jamais se pode reduzir a algo instrumental se pretender ter um valor ao longo da vida. O Mestrado é leccionado em inglês e integra docentes internacionais? Os alunos podem optar por integrar turmas com aulas em português ou inglês. Temos alunos portugueses que preferem fazer o seu Mestrado em inglês e temos também estudantes estrangeiros que vêm para estudar em português porque é uma forma de aprofundarem os seus conhecimentos da língua. Actualmente o nosso corpo docente é constituído por professores de várias nacionalidades que obtiveram o seu Doutoramento em Portugal, nos EUA, no Reino Unido, em França, na Alemanha e em Espanha.

Há uma clara aposta no estabelecimento de parcerias estratégicas. De que parcerias falamos e de que modo estas se traduzem em benefícios para os estudantes? Temos uma rede de empresas e instituições que são parceiras e que oferecem experiências diferenciadoras aos nossos estudantes, quer sejam estágios remunerados, bolsas ou prémios. Paralelamente, temos vindo a estabelecer parcerias académicas na área da Investigação com as mais reputadas universidades estrangeiras.

Em Janeiro deste ano fundámos a Lisbon Winter School for the Study of Communication, dedicada ao tema “Media and Populism”, e que juntou em Lisboa os maiores especialistas internacionais que investigam esta temática. A Winter School foi frequentada por mais de 60 alunos de Doutoramento de 15 países diferentes, sobretudo dos EUA, Alemanha, China, Reino Unido, Suécia, Holanda e Finlândia. Haverá uma segunda edição em 2020, numa organização conjunta com a Annenberg School for Communication da University of Pennsylvania, a London School of Economics and Political Science, a Chinese University of Hong Kong e a University of Helsinki. Tendo em conta a qualidade da primeira edição e o reconhecimento internacional das universidades parceiras, esperamos vir a atrair centenas de alunos de Doutoramento para a próxima edição que terá lugar de 7 a 11 de Janeiro de 2020 e que será dedicada ao tema “Media and Uncertainty”.

Que oportunidades de mobilidade internacional existem actualmente para os alunos? Além da mobilidade Erasmus e da realização de estágios noutros países europeus, os nossos estudantes podem frequentar um semestre em universidades nos EUA, na Ásia, no Brasil e também em alguns países da América Latina. Nos últimos anos temos vindo a aprofundar as relações com universidades americanas que têm interesse em receber os nossos alunos. Paralelamente, recebemos, no nosso Mestrado, estudantes inscritos em universidades americanas.

Nos últimos anos temos assistido a profundas transformações no mundo da Comunicação. De que forma o Mestrado em Ciências da Comunicação prepara os alunos para os actuais desafios do mercado? O mercado de trabalho está em permanente transformação e, por isso, a nossa preocupação é formar mestres que sejam capazes de construir estratégias adequadas para lidar com os desafios com que se vão confrontar no futuro. Tal torna essencial que estimulemos o espírito crítico, a criatividade e a capacidade de inovação dos nossos estudantes. Ao longo do curso, os nossos alunos são colocados perante casos reais nos quais podem aplicar, na prática, os conhecimentos e as competências que desenvolvem no Mestrado.

Quais as novidades do programa que se inicia no próximo ano lectivo? Este ano vamos reforçar a nossa aposta no curso preparatório para os estudantes que provêm de áreas que não a comunicação e vamos aumentar os programas de mobilidade com os EUA.

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