ESTRATÉGIA DE MAIOR PROXIMIDADE
Prestar os melhores cuidados de saúde «a todos aqueles que nos procuram, garantindo os melhores parâmetros de qualidade e segurança dos clientes, e uma melhor experiência ao longo da cadeia de valor para todos os elementos envolvidos, desde clientes, passando pelos colaboradores e terminando nos próprios parceiros de negócio». Esta é a estratégia partilhada por Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde, a marca com hospitais e clínicas em três clusters nacionais: Porto, Lisboa e Algarve, pertencente ao UnitedHealth Group, a maior empresa de saúde do mundo.
Em entrevista à Executive Digest, mostra-se visivelmente satisfeito por liderar a empresa no momento actual. Desde que assumiu funções, há pouco mais de um ano, já se orgulha de ter criado uma equipa forte e coesa, da empresa ter melhorado a qualidade e segurança dos serviços que presta, de ter optimizado a operação e performance financeira e de ter contribuído para o desenvolvimento das unidades, de Norte a Sul do País. «Hoje temos uma organização com clientes e colaboradores mais satisfeitos, uma operação mais eficiente e um crescimento acima do mercado», põe-nos a par.
Fundada em 1998, a Lusíadas Saúde, então designada HPP Saúde, assume-se desde o início por ter uma visão inovadora, aliada a um forte espírito de melhoria contínua, excelência e rigor, bem como pelo crescimento sustentado e alargamento da rede a todo o País. Muita coisa mudou desde então.
Apesar de todas as mudanças, tanto a nível da estrutura accionista como nas tendências de mercado, em constante e natural evolução, diria que nos temos conseguido desenvolver enquanto organização, garantindo que os clientes e profissionais se encontram no centro do que fazemos. Algo que passa por servir cada pessoa de forma personalizada, permitindo assim melhorar o sistema de saúde.
Qual é a proposta de valor e como é que se têm distinguido?
A nossa proposta de valor tem sido focada naquilo que os clientes querem de nós, mas igualmente naquilo que nos distingue enquanto organização. Nesse sentido, os pilares que nos diferenciam são a qualidade e segurança dos clientes, a melhor experiência dos nossos stakeholders, uma aposta clara de proximidade junto da comunidade, para que mais do que tratar doenças, ajudemos as pessoas a viver vidas saudáveis e, por último, assentes numa estratégia ligada à tecnologia, como forma de melhorar a experiência das pessoas que cuidamos, e também a forma de trabalhar dos nossos profissionais. Diria que o facto de pertencermos ao UnitedHealth Group (UHG), a maior empresa de saúde do mundo, permite-nos ter um acesso a conhecimento e a meios privilegiados, para prestarmos cada vez melhores cuidados.
Que tipo de experiência quer proporcionar aos pacientes?
Queremos garantir que quem nos procura tem o melhor cuidado de saúde, assegurando que tem a melhor experiência. Tratamos quem nos procura por clientes e não utentes ou pacientes porque cada indivíduo e respectivos familiares têm as suas particularidades e queremos respeitar isso ao máximo. No fundo, adequamos o tratamento e todo o contacto à pessoa e família que servimos, independentemente da unidade em que se encontra. Desta forma, todos trabalhamos de forma integrada, para que o cliente e familiares tenham melhor acesso, no menor tempo possível, com melhor serviço e com a melhor personalização que merece.
Muita coisa tem mudado no sector.
O sector tem sido extremamente dinâmico. Tanto do lado da procura como da oferta, os contextos têm mudado significativamente e pessoalmente sinto-me um privilegiado por liderar uma empresa como a Lusíadas Saúde nos tempos que correm. Hoje temos clientes com maior esperança média de vida, mais exigentes, com novas doenças crónicas, mais abertos para a utilização de tecnologia e focados na prevenção. Por outro lado, existe uma constante inovação tecnológica, a existência de novas especialidades médicas e novos tratamentos, maior concorrência entre os diversos players, novos modelos de negócio, maior regulação e controlo, aumento das listas de espera e um crescimento incomportável dos custos.
Nesse sentido que mudanças querem imprimir na saúde?
Queremos distinguir-nos na forma como cuidamos de quem nos procura, clientes e acompanhantes, mas também junto de todos os que colaboram diariamente connosco. Trabalhamos para aumentar o acesso e reduzir os custos na saúde, promovendo hábitos de vida saudáveis e levando a que o sistema de saúde possa crescer de forma sustentável e assente nas tendências e necessidades de todos.
Que investimentos estão a ser pensados neste momento?
Os nossos investimentos têm sido realizados de forma criteriosa, alinhados com as necessidades das populações bem como com a nossa estratégia. Quer seja de forma orgânica, na melhoria das infraestruturas e equipamentos dos nossos hospitais e clínicas, bem como na criação de novas unidades. Um bom exemplo foi o recente lançamento do futuro Hospital Lusíadas Braga, que abrirá as suas portas em Dezembro deste ano.
Sabíamos que existiam necessidades específicas em Braga e, em conjunto com a Santa Casa da Misericórdia e outras instituições, decidimos ampliar a nossa oferta na região, com um novo hospital nas antigas instalações do hospital de São Marcos, mas alinhado com as tendências de mercado. Sendo um hospital com todas as valências, o foco estará na cirurgia de ambulatório, levando-nos a criar processos clínicos de acompanhamento fora do hospital. É claramente um conceito diferenciador e alinhado com as tendências e necessidades dos clientes.
Prevê mais renovações e aberturas?
Em termos de renovações, partilho o caso da aquisição da Clínica de Santo António e da nossa aposta no sentido de reformar o seu posicionamento como uma unidade de referência na zona da Amadora. Outro bom exemplo tem sido a aposta em determinadas áreas de diferenciação do Hospital Lusíadas Lisboa, como a cardiologia e a área da mulher e criança, que recentemente viu ampliado e melhorado o seu bloco de partos. Em termos de aberturas, temos confirmada a abertura do novo Hospital Lusíadas Braga e lançámos, no mês passado, uma parceria estratégica com a Clínica Médica da Foz, no Porto. Continuamos focados na expansão e temos várias opções em aberto, alinhadas com a nossa estratégia de estarmos mais próximos de quem nos procura e desta forma contribuirmos para um sistema de saúde melhor.
Estão numa fase de consolidação da operação.
Diria que ao longo do meu primeiro ano enquanto CEO da Lusíadas Saúde conseguimos criar uma equipa forte e coesa, melhorámos a qualidade e segurança dos servi ços que prestamos, optimizámos a nossa operação e performance financeira e contribuímos para o desenvolvimento das nossas unidades, de Norte a Sul do País. Hoje temos uma organização com clientes e colaboradores mais satisfeitos, operação mais eficiente e um crescimento acima do mercado.
Quais as previsões de crescimento?
O crescimento deverá estar acima do que tem sido o do mercado. Temos criado uma nova dinâmica e com isso deveremos crescer mais. Não obstante, o nosso foco não está no crescimento só por si, mas sim em sermos os melhores.
E quais as prioridades para 2020?
Estão totalmente alinhadas com a estratégia do UHG, assentes na nossa missão e valores, para além das tendências mundiais de mercado. Temos uma preocupação genuína em contribuir para a diminuição dos custos, como forma de permitir aumentar cada vez mais o acesso das populações à saúde. Outra prioridade passa por trabalharmos todos em conjunto como o objectivo de prestar cuidados de forma integrada, permitindo uma maior criação de valor para os nossos clientes e suas famílias e garantindo o envolvimento dos nossos colaboradores. Por último, termos um elevado foco no desenvolvimento de novos produtos e modelos de negócio, focados cada vez mais na prevenção, como forma de contribuir para um desenvolvimento sustentável do mercado da saúde e da nossa própria organização.