EDP: Gestão de energia

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O sector eléctrico é hoje, reconhecidamente, aquele que mais depressa assegurará a transição energética para uma economia de baixo carbono. É através da produção de electricidade a partir de fontes renováveis que a EDP está a contribuir para a descarbonização dos restantes sectores de actividade. Este é um papel vital, o de serem uma ferramenta facilitadora no processo. O grupo está fortemente empenhado nesta transição, tendo assumido publicamente um conjunto de objectivos e metas de curto, médio e longo prazo, que suportam uma estratégia de descarbonização exigente, contribuindo, na sua acção global, para o cumprimento dos objectivos do Acordo de Paris.

«A preocupação na redução da pegada ambiental está patente ao longo de toda a nossa cadeia de valor. Começando na geração de electricidade, onde o nosso foco de crescimento está nas energias renováveis (sobretudo a energia eólica e a solar) e no descomissionamento das centrais a carvão, o que deverá ocorrer já nos próximos anos. Desta forma, reduzimos drasticamente, não só as emissões de gases com efeito de estufa, como também outras emissões poluentes, tais como o dióxido de enxofre, os óxidos de azoto e as partículas que resultam da queima de combustíveis fósseis. Dentro desta área de actuação, é de referir ainda a aposta em tecnologias emergentes, nomeadamente o solar fotovoltaico e o eólico flutuante», diz fonte oficial da EDP.

Relativamente à distribuição de electricidade, tornaram as redes mais inteligentes através da instalação de smart meters (contadores inteligentes) e da digitalização. Isto possibilita, entre outros benefícios, uma melhor gestão dos activos, a redução de perdas, a promoção da geração distribuída a partir de sistemas de energias renováveis, a mobilidade eléctrica e os serviços de eficiência energética.

Na área da comercialização, o foco está na electrificação do consumo, sobretudo no sector dos transportes, na indústria e nos edifícios. Simultaneamente, a EDP disponibiliza serviços de energia aos seus clientes, baseados em soluções de eficiência energética, de produção de electricidade descentralizada, a partir de energia solar, e de mobilidade eléctrica.

INVESTIMENTOS

A expansão anual da EDP, orientada para renováveis, redes e clientes corresponde ao CAPEX de 2,9 mil milhões de euros/ano, onde 75% é aposta em renováveis, 20% em redes e 5% em soluções para clientes e gestão de energia. Os objectivos estão bem explícitos na estratégia 2019-22 (Strategic Update) da empresa. Na área das energias renováveis, o investimento será canalizado fundamentalmente para a instalação de nova capacidade de origem renovável, com destaque para o eólico (onshore e offshore) e o solar fotovoltaico, repartido por diferentes geografias – América do Norte (40%), Europa (30%) e América do Sul (30%). Até 2022, pretendem instalar mais 5,2 a 5,8 GW de parques eólicos e 1,5 a 2 GW de parques solares.

Nas redes, inclui-se o investimento em seis linhas de transmissão no Brasil. Na Península Ibérica, o foco mantém-se na eficiência operacional, na redução de perdas e melhoria da qualidade de serviço, bem como no aumento da penetração de contadores inteligentes, com o objectivo de alcançar 70% destes contadores instalados até 2022 e 100% até 2030. Finalmente, na procura de soluções para os clientes e na gestão de energia, dirigem 5% do investimento, por um lado, para uma estratégia activa de gestão de energia que suporte criação de valor e mitigação de riscos e, por outro, no incremento de ofertas de novas soluções de produtos e serviços de energia para os clientes, incluindo o solar descentralizado e a mobilidade eléctrica.

«Em cada sector de actividade, as empresas deverão estabelecer estratégias e planos de acção que contribuam para que Portugal alcance os objectivos de neutralidade carbónica antes de 2050, tal como estipulado no Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050. A estratégia definida pela EDP, há mais de uma década, vai certamente contribuir para estes objectivos e para a electrificação do consumo nos restantes sectores», explica fonte oficial da EDP.

ESTRATÉGIA

A estratégia da EDP materializa-se em acções e metas ambiciosas que estão alinhadas com o Acordo de Paris. Querem reduzir as emissões específicas de CO2 em 65% em 2022 e em 90% até 2030, face aos níveis de 2005. Este objectivo foi submetido e aprovado pela SBTi – Science Based Targets initiative como science-based target, alinhado com uma trajectória de descarbonização bem abaixo de 2ºC. Outra meta essencial é a de atingir a neutralidade carbónica antes de 2050: isto traduz-se em iniciativas como aumentar a capacidade instalada de origem renovável para 78% em 2022 e 85% em 2030 (actualmente nos 74%), bem como aumentar a quota de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis para 90% em 2030 (actualmente nos 67%). A antecipação do descomissionamento de centrais termoeléctricas a carvão antes de 2030 faz também parte desta estratégia, bem como o aumento da capacidade instalada em sistemas solares fotovoltaicos, centralizados e descentralizados, para mais de 1 GW em 2022 e 4 GW em 2030.

A EDP avalia os riscos e oportunidades das alterações climáticas como parte do processo global de gestão de riscos da empresa. Os riscos relacionados com o clima incluem riscos de negócio, como por exemplo o preço do CO2 ou a regulamentação de energias renováveis; os riscos operacionais que se materializam, por exemplo, em danos causados a activos físicos por eventos climáticos extremos e riscos estratégicos como a alteração estrutural da disponibilidade hidráulica. Os riscos e oportunidades são identificados segundo a taxonomia proposta pela TCFD (Task Force on Carbon-related Financial Disclosures) e quantificados em termos de impacto para o negócio (proveitos, EBITDA, custos operacionais, entre outros).

As grandes linhas orientadoras para a manutenção de um desenvolvimento sustentável nos vários cenários projectados são, na perspectiva da EDP, os chamados 3D: a descarbonização, a digitalização e a descentralização. «Queremos que a sociedade respire um futuro melhor e mais seguro, e a EDP está particularmente bem posicionada para responder aos desafios do desenvolvimento sustentável, que permite criar valor tanto para os accionistas, como para o ambiente e a sociedade», sublinha fonte oficial da EDP. Por um lado, privilegia o crescimento do seu negócio na produção de electricidade a partir de fontes renováveis, não poluentes nem emissoras de gases com efeito de estufa. Por outro lado, promove a electrificação do consumo, sobretudo no sector dos transportes (mobilidade eléctrica), na indústria e nos edifícios e simultaneamente disponibilizando serviços de energia aos clientes, baseados em soluções de eficiência energética e de produção de electricidade descentralizada a partir de energia solar. A digitalização está na idealização de cidades e comunidades mais inteligentes através de tecnologia avançada. Até 2030, pretendem ter 100% de contadores inteligentes (smart meters) que registam consumo de energia na Península Ibérica (hoje 28%).

DESAFIOS

«Os grandes de desafios para o sector energético são a descarbonização, não tanto na área da produção de energia eléctrica, onde o caminho é claramente orientado para as renováveis, mas noutras áreas como a do petróleo e gás, para os quais há que encontrar alternativas que minimizem o seu impacto ambiental. Os biocombustíveis têm certamente um papel importante a desempenhar, tal como o hidrogénio, desde que produzido a partir de energias renováveis, o chamado hidrogénio verde», acrescenta.

A posição da EDP sobre as iniciativas globais de resposta às alterações climáticas é a que deve contribuir com a sua presença em iniciativas globais através da participação em inúmeras associações empresariais que defendem objectivos de combate às alterações climáticas. Um dos exemplos é a associação europeia das empresas eléctricas – Eurelectric – onde, para além de serem parceiros, lideraram a presidência entre 2015 e 2017 através de António Mexia, sendo que este foi o primeiro CEO português a liderar a associação que reúne todos os grandes players do sector na Europa. Outro exemplo de sucesso é a presença no WBCSD (World Business Council for Sustainable Development) conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável), bem como na filial portuguesa (BCSD Portugal).

Por outro lado, a EDP aderiu a diversas iniciativas relacionadas com o combate às alterações climáticas, como por exemplo a Global Compact das Nações Unidas, a Coligação We Mean Business ou a Science Based Target iniciative. Recentemente, reforçaram o compromisso com a Business Ambition for 1.5°C – Our Only Future face à pandemia da COVID-19 e continuam a participação noutras iniciativas como a Caring for Climate e a ACT – Action towards Climate-friendly Transport. Sendo este um tema transversal em várias áreas do negócio, é natural a aposta em se associarem à EV100, promovida pelo “The Climate Group” ou à TDA – Transport Decarbonization Alliance. É também de destacar a presença da empresa no Sustainable Energy for All (SEforAll) onde o CEO, António Mexia, é chairman do conselho administrativo. Nesta iniciativa sem fins lucrativos a EDP está, como sempre, empenhada em promover o acesso à energia e impulsionar o crescimento sustentável.

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