‘Boom’ das entregas de alimentos. Dispara número de novas empresas em França
Os trabalhadores de entregas de alimentos impulsionaram um ‘salto’ inesperado no número de novas empresas criadas em França, em junho e julho, segundo indicam os dados do Tribunal Comercial francês (CNGTC), apresentados esta terça-feira.
Presentes em Paris e noutras cidades francesas, o número de condutores independentes que entregam alimentos para serviços como a Deliveroo, Just Eat ou UberEats disparou quando as pessoas ficaram em casa durante um confinamento de dois meses, provocado pela pandemia.
Muitos registaram-se como empresas, uma vez atenuadas as restrições de crise, de acordo com dados do CNGTC, que mostrou o número de novas empresas de transporte a disparar 29% em Junho e Julho, em comparação com o ano anterior.
Isto fez aumentar o número global de empresas recentemente registadas em 10% nesses dois meses, embora para o terceiro trimestre como um todo, incluindo Maio, os registos tenham diminuído 5,5%, de acordo com os dados compilados pela empresa de investigação francesa Xerfi I+C.
O boom das entregas reavivou as preocupações sobre um modelo de “gig economy”, em desacordo com o nível de bem-estar proporcionado aos trabalhadores de outros sectores.
Contrasta também com um agravamento das perspectivas dos proprietários de hotéis, restaurantes, retalhistas e empresas do sector imobiliário ou da construção civil. O número de registos de novas empresas diminuiu nesses sectores no período.
Os pedidos de falência e os pedidos de protecção de credores também diminuíram 42,5% em relação ao ano anterior, apesar do choque económico provocado pelo confinamento e pela pandemia.
Além de um programa de empréstimos estatais de 300 mil milhões de euros, o governo francês vai garantir 3 mil milhões de euros em empréstimos de quase-capital a pequenas empresas ao abrigo do seu novo plano de recuperação, que podem ser alavancados para 15 mil milhões a fim de apoiar os balanços financeiros.