Covid-19. Bazuca de Bruxelas vai hoje a debate. Será suficiente para convencer os quatro «frugais»?

A proposta do Fundo de Recuperação da União Europeia (UE) para fazer face aos efeitos da crise provocada pela Covid-19 será debatida pelos líderes europeus nesta sexta-feira, 19 de Junho, por videoconferência. Bruxelas espera um acordo antes das férias de Verão, mas os «quatro frugais» do Norte, como se auto-intitulam, pedem responsabilidade, deixando antever um arrastar das negociações.

Num artigo de opinião, publicado no jornal “Financial Times” (FT) a três dias da reunião, que servirá para começar a negociar o plano da Comissão Europeia e o próximo orçamento plurianual para 2021-2027, os frugais da Suécia, Dinamarca, Holanda e Áustria apelaram à responsabilidade na «despesa» com a pandemia.  No entender dos governantes, o espírito solidário da UE deve andar «de mãos dadas» com a sustentabilidade do crescimento europeu.

O Fundo de Recuperação da UE, recorde-se, prevê a distribuição de 750 mil milhões de euros. Do total proposto pela Comissão Europeia, 500 mil milhões de euros serão canalizados para os Estados-membros, através de subsídios a fundo perdido, e os restantes 250 mil milhões na forma de empréstimos. A Portugal deverá caber uma fatia de 26,3 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos.

Os frugais do Norte opõem-se fortemente aos subsídios. «Dinheiro novo ou fresco é coisa que não existe. Dinheiro gasto vai ter de ser ganhado e reembolsado pelos contribuintes», avisam no artigo do “FT”.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro português admitiu na Assembleia da República, durante o debate preparatório da cimeira europeia, que o fundo de recuperação da UE, assim como o orçamento plurianual, não sejam aprovados no esta sexta-feira. Ainda assim, sublinhou, «é preciso trabalhar para que este Conselho Europeu, o ultimo que espero se realize à distância, abra as portas para que no primeiro Conselho da presidência alemã, no inicio de julho, seja logrado o acordo, quer para a aprovação do próximo Quadro Financeiro Plurianual, quer para o programa de recuperação e resiliência da União Europeia».

Para António Costa é «evidente que este Conselho não vai decidir nada». A «generalidade dos países», anteviu, irá «contribuir para atrasar a decisão» e «radicalizar as suas posições para marcar território», frisando que essa não será a postura portuguesa. «Perder tempo é enfraquecer a Europa, é pôr em risco o rendimento das famílias, os empregos e as empresas. (…) Cá estamos para dizer sim a este compromisso proposto pela Comissão Europeia», garantiu o chefe do Governo.

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