França vai avançar com taxa digital com ou sem EUA nas negociações
França vai aplicar, ainda este ano, impostos aos serviços digitais, quer os Estados Unidos regressem ou não às negociações, afirmou esta quinta-feira o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.
Le Maire qualificou a decisão de Washington de abandonar as negociações com os países europeus, na quarta-feira, como uma «provocação».
Já os Estados Unidos alegam, numa carta, com data de 12 de Junho, enviada pelo secretário norte-americano do Tesouro, Steven Mnuchin, a quatro ministros europeus das Finanças, a que o jornal “Financial Times” teve acesso, que as conversações não tinham tido quaisquer progressos e ameaçam com retaliações.
França foi um dos países europeus que concordou em suspender a cobrança de um imposto digital enquanto decorriam as negociações na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre uma abordagem global.
Bruno Le Maire anunciou ainda que França, o Reino Unido, Itália e Espanha enviaram, esta quinta-feira, uma resposta conjunta à carta dos Estados Unidos, que o ministro francês considera ser «uma provocação para todos os parceiros da OCDE quando estávamos próximos de um acordo sobre a tributação das gigantes tecnológicas».
Os Estados Unidos iniciaram este mês investigações sobre os impostos digitais no Reino Unido, Itália e Espanha por temer que visem as empresas americanas. Por sua vez, os países europeus consideram que tecnológicas, como a Apple, Facebook e Google, lucram com o mercado da União Europeia e, por outro lado, contribuem o mínimo para os cofres públicos.
Um porta-voz do Tesouro britânico, citado pela “Reuters”, afirmou que Londres continuava empenhada em encontrar uma solução global.
*Notícia actualizada com mais informação às 10:10