Dexametasona: Fármaco ‘low cost’ autorizado para tratamento de doentes com Covid-19
O medicamento dexametasona recebeu luz-verde do Governo britânico para ser usado no tratamento de doentes infectados pelo novo coronavírus, depois de os resultados de um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, ter revelado que pode ajudar a travar os casos mais graves de infecção, anunciou o ministro da Saúde, Matt Hancock.
«Estou absolutamente encantado por podermos anunciar hoje o primeiro teste clínico bem sucedido do mundo para um tratamento para a Covid-19. Este surpreendente avanço é uma prova do trabalho incrível que os nossos cientistas estão a fazer nos bastidores», começou por apontar Hancock, anunciando depois que, a partir de hoje, o tratamento para o novo coronavírus incluirá dexametasona. A expectativa é que possa ajudar a «salvar milhares de vidas enquanto lidamos com este terrível vírus», disse.
O governante destacou também que, «guiado pela ciência, o Reino Unido está a liderar a luta global contra o coronavírus – com os melhores testes clínicos, o melhor desenvolvimento de vacinas e a melhor investigação imunológica do mundo».
O jornal “The Independent” revela que o Governo britânico acumulou 200 mil doses de dexametasona desde Março.
O fármaco existe há décadas e é utilizado para tratar uma série de doenças, incluindo reumatismo, asma, alergias e até para ajudar doentes com cancro a lidar melhor com as náuseas provocadas pela quimioterapia.
De acordo com os investigadores de Oxford, o tratamento com esteróides reduziu em um terço o risco de morte dos doentes ligados a ventiladores e em um quinto junto de quem usa suporte de oxigénio menos invasivo. Não houve, contudo, benefícios a assinalar entre os doentes que não precisam de suporte respiratório.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 436 mil mortos e infectou mais de oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência “France-Presse”, feito a partir de dados oficiais.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
*Notícia actualizada às 17:20