Suspensão de dividendos e recompra de ações é uma questão de ‘cooperação internacional’, defende FMI

“Posições sólidas de capital e liquidez são essenciais para fornecer créditos mas é necessário reter os benefícios obtidos para que as empresas possam reforçar os ‘colchões’ construídos por bancos”, quem o afirma é a diretora do Fundo Monetério Internacional Kristalina Georgieva, num artigo publicado no ‘Financial Times’, esta quinta-feira.

De acordo com os cálculos da instituição sediada em Washington, os 30 bancos mais importantes do mundo pagaram aos seus acionistas 250 mil milhões de dólares (227.584 milhões de euros) em 2019 entre dividendos e recompra de ações. “Mas este ano devem reter os seus lucros para aumentar o capital do sistema”, frisou Georgieva.

A diretora do FMI reconheceu que esta medida tem “implicações desagradáveis” para os acionistas, mas que, diante de uma contração económica abrupta como esta, existem “argumentos sólidos” para fortalecer ainda mais a base de capital das entidades.

“Os interesses dos acionistas dos bancos estão alinhados com os dos supervisores e clientes. Todas as partes interessadas serão beneficiadas se os bancos preservarem capital em vez de pagarem aos acionistas durante a pandemia”, enfatizou Georgieva.

A responsável afirmou ainda que os bancos que realizem os pagamentos serão “penalizados” por investidores que não vão entender a necessidade de o fazer, motivo pelo qual o mais consensual foi optar por um pacto internacional entre reguladores para suspender o pagamento dividendos e recompras de ações.

“Para garantir consistência em todo o mundo, a cooperação internacional é fundamental. O FMI e o Conselho de Estabilidade Financeira podem ajudar a atingir esta meta”, reforçou.

Ler Mais





Comentários
Loading...