“20 vezes menos do que um micro-ondas”: estudo desmistifica medo entre carros elétricos e radiação

Estudo recente da ADAC, em colaboração com o Escritório Federal de Proteção Radiológica da Alemanha, esclarece que os campos elétricos e magnéticos gerados por baterias e cabos de alta tensão são inofensivos

Automonitor
Dezembro 3, 2025
13:03

A preocupação sobre os efeitos da radiação eletromagnética em veículos elétricos tem sido recorrente desde que estes automóveis se popularizaram. No entanto, um estudo recente da ADAC, em colaboração com o Escritório Federal de Proteção Radiológica da Alemanha, esclarece que os campos elétricos e magnéticos gerados por baterias e cabos de alta tensão são inofensivos, muitas vezes menores que os emitidos por eletrodomésticos comuns.

Medições detalhadas confirmam segurança

Foram analisados onze carros elétricos, dois híbridos plug-in e um veículo com motor a combustão interna, utilizando dez sondas distribuídas por um manequim em diferentes posições durante condução e carregamento. Os resultados mostraram que os picos de radiação permanecem consistentemente abaixo dos limites recomendados, com densidades de corrente induzida bem inferiores aos 100 microteslas estipulados pelas normas europeias. Na China, testes realizados pelo centro CATARC em modelos como o BYD Han L e o Onvo L90 confirmaram resultados semelhantes, com campos magnéticos entre 0,3 e 1,0 microtesla, cerca de 1 a 1,3% do limite europeu.

Exposição maior nos pés do que na cabeça

Os estudos revelam que os níveis mais elevados de radiação concentram-se no assoalho, próximo aos componentes de propulsão e cablagem de alta tensão. Cabeça e tronco permanecem pouco afetados, próximos ao ruído de fundo do habitáculo. Veículos com motor a combustão e híbridos também geram campos eletromagnéticos de ordem semelhante, devido a alternadores, computadores de bordo e sistemas de conforto.

Bancos aquecidos: surpresa nos picos de radiação

Uma das descobertas mais inesperadas é que os bancos aquecidos produzem alguns dos sinais mais intensos dentro do veículo, tanto em elétricos quanto em híbridos e veículos a combustão. Apesar disso, os níveis continuam bem abaixo dos limites regulamentares, concentrando-se no assento e no assoalho, sem afetar significativamente cabeça e tronco.

Carregamento não aumenta risco

Durante o carregamento em corrente alternada ou contínua, os campos magnéticos observados permanecem baixos. Surpreendentemente, o carregamento rápido em CC gera campos mais fracos do que o carregamento lento em CA, apesar da maior potência instantânea. Para os ocupantes, a exposição média equivale à de passageiros em metro ou comboio urbano, sem riscos relevantes à saúde.

Conclusão: campos eletromagnéticos dentro do esperado

O estudo da ADAC confirma que os valores de radiação nos carros elétricos — entre 0,3 e 1,0 microtesla — representam apenas uma fração do limite europeu de 100 microteslas e são inferiores ao que um micro-ondas, aspirador de pó ou carregador de smartphone pode emitir à mesma distância. Os dados tranquilizam consumidores e desmontam alarmismos sobre a chamada “névoa eletromagnética” nos veículos elétricos.

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