Mais de 10% dos vapes apreendidos nas escolas britânicas têm a droga sintética ‘spice’, avançou esta segunda-feira a ‘Sky News’, revelando também que os líquidos estão a ser anunciados abertamente nas redes sociais.
De acordo com um estudo, foram apreendidos pela polícia quase 2 mil líquidos para vaporizadores em 114 escolas secundárias em Inglaterra: viriam a ser testados pela Universidade de Bath, sendo que 13% continham ‘spice’.
Os líquidos ilegais para vaporizar — geralmente de cores brilhantes — são anunciados no ‘TikTok’, ‘Facebook’ e ‘Instagram’ como THC, o componente psicoativo da cannabis que é proibido no Reino Unido. No entanto, muitas delas são, na verdade, feitas de ‘spice’, uma droga muito mais barata de produzir.
A droga é “incrivelmente” forte e viciante, apontou o professor Chris Pudney, que liderou o estudo. “Para um jovem, isso coloca-o numa posição muito arriscada de ser coagido, abusado ou atraído para mais criminalidade através do uso de uma droga como essa.”
As descobertas foram feitas após uma pequena amostra testada no ano passado pela universidade, que descobriu pela primeira vez que havia ‘spice’ dentro de vaporizadores usados por crianças em idade escolar. Através de uma análise visual, a universidade também analisou a percentagem do líquido para vaporizador vendido em plataformas sociais era ‘spice’ em vez de THC. De acordo com Pudney, houve maiores quantidades de ‘spice’ em plataformas com um público mais jovem: 67,5% no ‘TikTok’, 54,2% no ‘Instagram’ e 12% no ‘Facebook’.
“A razão pela qual os jovens estão a ser alvo dessa droga é porque ela é barata”, disse. ” É tão barata e tão fácil de conseguir porque há muito dela a circular pela sociedade.” De acordo com o especialista, enquanto um verdadeiro vaporizador de cannabis com THC custa cerca de 60 dólares nos EUA, onde é legal, o ‘spice’ custa cerca de cinco dólares para encher um vaporizador.
Instituições de caridade voltadas para o combate às drogas dizem que há um número crescente de relatos de crianças a desmaiar em escolas após inalar vaporizadores com especiarias. “Há muitas evidências de que se trata de uma ameaça nova e emergente, e precisamos ficar de olho nela”, afirmou Fiona Spargo-Mabbs, da Fundação Daniel Spargo-Mabbs, uma instituição de caridade com educação sobre drogas e álcool. “Sabemos que há um aumento nas hospitalizações em escolas.”
“É uma preocupação real porque o ‘spice’ não só é muito mais potente do que muitos jovens imaginam, como eles são muito mais vulneráveis na adolescência, pois estão num estágio crítico de desenvolvimento do cérebro e também do corpo”, apontou.














