A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) veio esta terça-feira condenar de forma veemente a prática de crimes de discriminação, incitamento ao ódio e violência, sublinhando que esta rejeição é válida “independentemente de quem os pratica”. No mesmo comunicado, a principal estrutura sindical da PSP apelou ainda a que não haja “aproveitamentos” do alegado envolvimento de agentes da polícia em movimentos de extrema-direita e em crimes de maior gravidade.
“Os profissionais da PSP desde sempre combateram estes fenómenos com resiliência, altruísmo e espírito de missão, hoje, num quadro de limitação de meios e recursos”, destaca o sindicato, que lembra também que “casos desconformes existem em todas as profissões”, numa tentativa de relativizar a associação de episódios individuais à conduta geral dos polícias.
A ASPP/PSP recorda que a atuação dos seus membros está sob “grande escrutínio, quer em termos mediáticos, hierárquicos, disciplinares e criminais”, frisando que os agentes cumprem a lei e estão vinculados a “deveres e obrigações”. Contudo, a associação sindical sublinha igualmente que, “na qualidade de suspeitos, também estão abrangidos pela lei, com as perspetivas que a mesma contempla”, defendendo o princípio da presunção de inocência.
Sindicato critica tentativas de explorar politicamente o caso
Sem minimizar a gravidade das acusações que vieram recentemente a público, a ASPP/PSP insiste que “não deixando de evidenciar a gravidade e o impacto dos crimes em questão, a ASPP/PSP ainda assim, uma vez mais, apela a que não se recorra aos polícias para fazer qualquer aproveitamento em torno dos problemas, os quais muitos são estruturais, políticos e sociais”.
A associação sindical manifesta também a expectativa de que “as instituições responsáveis pela investigação e aplicação das leis façam a sua parte” e defende que “outras entidades reconheçam, dignifiquem e valorizem os profissionais da PSP, para que estes continuem a desenvolver a sua missão e a preservar a liberdade e a segurança no nosso país”, conclui o comunicado.
Agente da PSP entre os suspeitos de integrar movimento neonazi
Recorde-se que, na semana passada, a Polícia Judiciária (PJ) deteve seis suspeitos de integrarem o denominado Movimento Armilar Lusitano, um grupo neonazi fundado em 2018. Segundo o Ministério Público, entre os detidos está um agente da PSP, apontado como um dos três fundadores do movimento.
Dos seis arguidos, quatro — incluindo o agente da polícia — ficaram em prisão preventiva, após terem sido presentes a um juiz de instrução para aplicação das medidas de coação. Estes quatro arguidos estão formalmente indiciados por crimes relacionados com associação terrorista, cuja moldura penal prevê penas de prisão entre oito e quinze anos, bem como por crimes de infração terrorista. Os seis detidos são ainda todos acusados de detenção de arma proibida.














