O valor da habitação continua a representar mais de metade do património das famílias portuguesas, mas em 2024 o crescimento deste tipo de riqueza abrandou. Segundo dados do Banco de Portugal, o património não financeiro – essencialmente composto por imóveis – cresceu 4% no ano passado, totalizando 505,7 mil milhões de euros. Apesar de ser a primeira vez que este montante supera a fasquia dos 500 mil milhões, o ritmo de crescimento é o mais baixo desde 2016.
Este abrandamento acontece num ano em que os preços das casas continuaram a subir, com um aumento de 9,1% em 2024, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Mesmo com o recuo do investimento estrangeiro e taxas de juro ainda elevadas, o mercado imobiliário registou o maior número de casas vendidas em mais de dois anos, prolongando a tendência de valorização iniciada após a crise financeira, explica o ‘Negócios’.
Ao património imobiliário juntam-se os ativos financeiros, que impulsionaram o valor total da riqueza das famílias para 1,07 biliões de euros. As ações e participações registaram forte valorização, atingindo 214,4 mil milhões de euros, enquanto os depósitos e moedas continuam a representar a maior fatia, com 254,7 mil milhões. Também os fundos de investimento e os seguros de vida cresceram, com os primeiros a atingirem um valor recorde.
Já os passivos das famílias aumentaram para 187,4 mil milhões de euros, acompanhando a descida das taxas de juro e os incentivos ao crédito, sobretudo para os mais jovens. Ainda assim, o património líquido subiu 5% para 883,6 mil milhões, com o rácio da dívida sobre a riqueza total a descer para o nível mais baixo deste século. Num contexto de rendimentos reais historicamente altos, o peso do rendimento disponível no património líquido atingiu os 22,5%, o valor mais elevado desde 2016.














