Novo smartphone de Trump promete ser “Made in EUA”… mas grande parte dos componentes vem da China

A Trump Organization revelou esta segunda-feira, 16 de junho, a sua nova investida no setor tecnológico: a Trump Mobile, marca que estreia com o T1, um smartphone dourado vendido por 499 dólares e promovido como sendo “projetado e fabricado nos Estados Unidos”.

Executive Digest
Junho 17, 2025
17:04

A Trump Organization revelou esta segunda-feira, 16 de junho, a sua nova investida no setor tecnológico: a Trump Mobile, marca que estreia com o T1, um smartphone dourado vendido por 499 dólares e promovido como sendo “projetado e fabricado nos Estados Unidos”.

No entanto, analistas e especialistas da indústria já vieram contrariar esta narrativa. De acordo com vários meios norte-americanos, como a CNBC e o Wall Street Journal, grande parte do T1 será produzida fora dos EUA – nomeadamente na China e noutros países asiáticos.

Apesar de a Trump Organization ter anunciado que a produção ocorreria em estados como Alabama, Califórnia e Flórida, Eric Trump, filho do ex-presidente, admitiu que a fase inicial de fabrico terá de ser realizada no estrangeiro.

A razão é simples: os EUA não possuem, neste momento, a infraestrutura industrial necessária para fabricar smartphones de gama média-alta como o T1. Os componentes principais – como os ecrãs AMOLED, os processadores, as câmaras e os sensores – são praticamente todos produzidos em países asiáticos, como Coreia do Sul, China, Japão e Taiwan.

A ficha técnica do T1 inclui uma câmara de 50 megapixels, bateria de 5.000 mAh, 12 GB de RAM e 256 GB de armazenamento. As especificações colocam-no num segmento médio-alto, mas também denunciam a origem dos seus componentes.

A entrada da Trump Mobile no mercado coincide com a retórica de Donald Trump sobre o regresso da produção industrial ao país. Em maio, o ex-presidente ameaçou impor tarifas de 25% à Apple e à Samsung se não produzissem os seus telefones em solo americano.

Contudo, especialistas alertam que montar um smartphone como o iPhone 16 Pro Max nos EUA custaria cerca de 3.500 dólares por unidade, dada a falta de infraestrutura e os elevados custos laborais.

O lançamento do T1 é, por isso, visto mais como uma jogada de marketing político do que como um plano industrial viável. A promessa de um produto “patriótico” continua a influenciar consumidores, mas os especialistas alertam para os riscos de reputação associados à falta de coerência entre o discurso e a prática.

Partilhar

Edição Impressa

Assinar

Newsletter

Subscreva e receba todas as novidades.

A sua informação está protegida. Leia a nossa política de privacidade.