Complemento Solidário de Idosos praticamente duplica num ano e excede contas do Estado

O Complemento Solidário para Idosos (CSI) praticamente duplicou em 2024 face ao ano anterior, ultrapassando em 143 milhões de euros o previsto no orçamento inicial e superando mesmo o valor gasto com o Rendimento Social de Inserção (RSI), avançou esta segunda-feira o ‘Jornal de Notícias’.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em 2024 o CSI custou ao Estado 430,3 milhões de euros, sendo que estavam inscritos no relatório de execução orçamental da Segurança Social apenas 287,3 milhões de euros – é preciso recuar até 2011 para encontrar um valor tão elevado: nesse ano, estavam inscritos no CSI 235.717 idosos, mais 33.563 do que em novembro de 2024.

A explicar este aumento está o facto de o rendimento dos filho deixar de contar na condições de acesso ao CSI, o que levou a mais 72.335 idosos a beneficiar deste apoio, assim como o aumento do valor médio do subsídio pago todos os meses. Em 2011, cada beneficiário recebeu 94,51 euros, sendo que atualmente é de 202,54 euros.

De acordo com o ministério de Maria do Rosário Palma Ramalho, o aumento do valor de referência é “consequência de uma política de solidariedade desenvolvida para chegar a todos os idosos que necessitem deste apoio, não deixando nenhum com rendimentos abaixo do valor de referência”.

O CSI já custa mais do que o Rendimento Social de Inserção (RSI), que, entre janeiro e novembro de 2024, custou ao Estado 328,6 milhões de euros – no total, a Segurança Social pagou até novembro 29,1 mil milhões de euros em prestações sociais.