Trudeau apresenta demissão como primeiro-ministro do Canadá e como líder partidário

Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, apresentou esta segunda-feira em Ottawa a sua demissão como responsável do Partido Liberal e como primeiro-ministro do Canadá: Trudeau diz que vai manter-se como primeiro-ministro até que novo líder liberal seja escolhido.

“Estamos num momento crítico do mundo”, apontou o responsável político, em Rideau Cottage, a residência oficial de Trudeau, referindo que o Parlamento canadiano vai estar suspenso até 24 de março. “Cada osso do meu corpo sempre me disse para lutar porque me preocupo profundamente com os canadianos, preocupo-me profundamente com este país”, referiu.

“Ontem à noite, durante o jantar, contei aos meus filhos a decisão que hoje partilho convosco. Pretendo demitir-me do cargo de líder do partido, como primeiro-ministro, depois de o partido selecionar o seu próximo líder através de um processo robusto e nacional”, frisou. “Os canadianos merecem uma escolha real nas próximas eleições e tornou-se óbvio para mim, com as batalhas internas, que não posso ser o único a levar o padrão liberal para as próximas eleições.”

A agência ‘Reuters’ avançou a possibilidade, citando forte próxima do líder canadiano. Os maus resultados do Partido Liberal, que Trudeau lidera há nove anos, têm sido apontados como a principal razão para a demissão. As sondagens recentes sugerem que os liberais estão em risco de perder votos significativos para os conservadores nas eleições previstas para outubro.

A saída de Trudeau ocorre num contexto de incerteza sobre quem poderá assumir a liderança do Partido Liberal. Embora ainda não haja um sucessor claro, vários membros do partido têm apelado à sua demissão. Fontes indicam que Trudeau já discutiu questões relacionadas com a sucessão governamental e terá sugerido Dominic LeBlanc, atual ministro das Finanças, como um potencial sucessor.

Nos últimos dias de dezembro, o Governo de Trudeau enfrentou um desafio significativo com a renúncia de Chrystia Freeland, então vice-primeira-ministra e ministra das Finanças. Freeland citou diferenças com Trudeau sobre a direção económica do país como motivo para a sua saída. Numa carta de renúncia partilhada nas redes sociais, Freeland expressou as suas discordâncias sobre “o melhor caminho para fazer avançar” a economia canadiana.

A saída de Freeland, que era vista como uma figura influente no Governo, intensificou a pressão sobre Trudeau, num momento em que a sua popularidade já enfrentava desafios devido a questões económicas e políticas.