“Rússia continua a ser fonte número 1”: Meta garante que derrubou 20 operações secretas de influência a nível mundial
A Meta terá derrubado cerca de 20 operações secretas de influência ao redor do mundo, avançou a empresa-mãe do ‘Facebook’ esta terça-feira, que garantiu que os receios de falsificação alimentada por Inteligência Artificial (IA) que poderiam distorcer as eleições não se materializaram em 2024.
Nick Clegg, presidente de assuntos globais do gigante tecnológica que administra o ‘Facebook’, o ‘Instagram’ e o ‘WhatsApp’, disse que a Rússia ainda é a principal fonte de atividade online adversa, frisando no entanto ter sido “impressionante” o quão pouco a IA foi usada para tentar enganar os eleitores no ano mais movimentado de eleições em todo o mundo.
O ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido revelou que o Meta, que tem mais de 3 mil milhões de utilizadores, teve de remover pouco mais de 500 mil solicitações para gerar imagens nas suas próprias ferramentas de IA de Donald Trump e Kamala Harris, JD Vance e Joe Biden no mês que antecedeu o dia das eleições nos EUA.
No entanto, os especialistas em segurança da empresa tiveram de lidar com uma nova operação de contas falsas para manipular o debate público para um objetivo estratégico na taxa de mais de uma a cada três semanas – os incidentes de “comportamento inautêntico coordenado” incluíram uma rede russa que utilizava dezenas de contas do ‘Facebook’ e sites de notícias fictícios para atingir pessoas na Geórgia, Arménia e Azerbaijão.
Outra foi uma operação baseada na Rússia que empregou IA para criar sites de notícias falsas usando marcas como ‘Fox News’ e ‘Telegraph’ para tentar enfraquecer o apoio ocidental à Ucrânia – utilizou também sites de notícias falsas francófonos para promover o papel da Rússia em África e criticar o de França. “A Rússia continua a ser a fonte número 1 das operações de influência secreta que interrompemos até ao momento – com 39 redes interrompidas no total desde 2017”, salientou Clegg. As próximas fontes mais frequentes de interferência estrangeira detetadas pela Meta são o Irão e China.
“Houve todos os tipos de alertas sobre os riscos potenciais de coisas como deepfakes generalizados e campanhas de desinformação habilitadas por IA. Não é isso que vimos do que monitorizámos nos nossos serviços. Parece que esses riscos não se materializaram de forma significativa, e que qualquer impacto desse tipo foi modesto e limitado”, salientou Clegg, alertando que o impacto relativamente baixo da falsificação através da IA generativa, para manipular vídeos, vozes e fotos, era “muito, muito provável que mudasse”. “É claro que essas ferramentas se tornarão cada vez mais predominantes e veremos cada vez mais conteúdo sintético e híbrido online”, explicou.