Centenas de bombeiros rompem cordão policial e rebentam petardos em protesto durante negociações com o Governo

Cerca de 300 a 400 bombeiros sapadores concentraram-se esta manhã em Lisboa para protestar junto ao edifício do Campus XXI, onde decorrem negociações cruciais entre os seus sindicatos e o Governo sobre a revisão das suas carreiras. O protesto, que incluiu o rebentamento de petardos e o uso de tochas, ganhou intensidade quando os manifestantes tentaram ultrapassar o cordão policial que os separava do local das reuniões, tendo conseguir furar a barreira de agentes.

O encontro, que decorre desde as 10h00, reúne vários membros do Executivo, incluindo o secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, e o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias. Do lado sindical, estão presentes seis organizações que representam os interesses dos bombeiros: o Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SINFAP).

No centro do debate está a revisão do estatuto profissional dos bombeiros sapadores, que os sindicatos consideram desatualizado face à complexidade e aos riscos crescentes das suas missões. Entre as principais reivindicações estão:

  • um aumento salarial que reconheça o grau de responsabilidade e perigo inerente à profissão;
  • a criação de categorias específicas dentro da hierarquia para garantir uma progressão mais justa na carreira;
  • o acesso a formação contínua e especializada;
  • e a revisão do regime de aposentação, de forma a refletir as exigências físicas da atividade e permitir reformas antecipadas.

Estas reivindicações são vistas como essenciais pelos profissionais para assegurar condições de trabalho mais dignas e uma maior atratividade para a carreira. Os ânimos exaltados no protesto desta manhã refletem a insatisfação crescente dos bombeiros com a falta de avanços nas negociações. O uso de petardos e tochas, além da tentativa de romper o cordão policial, demonstra o descontentamento com o que consideram ser uma demora inaceitável por parte do Governo em responder às suas exigências.

Apesar do protesto, a reunião no Campus XXI prossegue, sendo vista como decisiva para definir os próximos passos na revisão da carreira dos bombeiros sapadores. Os sindicatos mantêm a esperança de que as negociações resultem em avanços concretos, mas avisam que, caso as suas exigências não sejam atendidas, estão preparados para intensificar as ações de luta nos próximos meses.






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