Sondagem: Empate entre PS e AD mantém-se mas socialistas ganham vantagem
O Partido Socialista (PS) continua a liderar as intenções de voto em Portugal, com uma ligeira vantagem sobre a Aliança Democrática (AD), segundo o mais recente barómetro da Intercampus para o Jornal de Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV. No entanto, a diferença entre as duas forças políticas permanece inferior à margem de erro de 4%, configurando um empate técnico.
Se as eleições legislativas fossem realizadas hoje, o PS, liderado por Pedro Nuno Santos, seria o partido mais votado, com 27,1% das intenções de voto. A AD, coligação que inclui o PSD, o CDS-PP e o PPM e sustenta o atual governo, surge em segundo lugar com 26% dos votos. Esta ligeira vantagem socialista mantém-se apesar de ambas as forças políticas registarem crescimentos similares em comparação com outubro: 1,6 pontos percentuais para o PS e 1,7 para a AD.
A sondagem, realizada entre 21 e 27 de novembro, período coincidente com o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, revela também uma diminuição significativa do número de indecisos. Estes passaram de 13,6% em outubro para 9,8% em novembro. Segundo a Intercampus, esta redução beneficiou principalmente o Chega, que viu as suas intenções de voto subirem de 12,2% para 14,6%, embora ainda abaixo dos 18% alcançados nas eleições legislativas de março.
Outras forças políticas também registaram ganhos. A Iniciativa Liberal subiu de 6,5% para 7,5%, enquanto o Bloco de Esquerda permaneceu estável com 5,2%. Já a CDU, que reúne o PCP e os Verdes, recuou ligeiramente para 3%, enquanto o Livre manteve os mesmos 3%. O PAN, por sua vez, registou um crescimento expressivo, subindo de 1,7% para 2,9%.
Líderes políticos: Montenegro lidera avaliação positiva
O barómetro avaliou igualmente a imagem dos líderes políticos, com Luís Montenegro, presidente do PSD e primeiro-ministro, a destacar-se como o único a obter uma avaliação positiva (3,1 em 5). Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, e Rui Tavares, do Livre, seguem empatados com 2,9 pontos, enquanto Pedro Nuno Santos desceu ligeiramente para 2,8, acompanhando a tendência de queda de Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que registou a maior quebra (0,2 pontos).
André Ventura, líder do Chega, mantém-se como o político com a pior avaliação, com apenas 2,2 pontos. Inês Sousa Real, do PAN, obteve 2,6 pontos, enquanto Nuno Melo, do CDS, e Paulo Raimundo, do PCP, ficaram com 2,5 e 2,3, respetivamente.
Avaliação Governativa: Educação e Negócios Estrangeiros destacam-se pela positiva
Entre os ministros do governo da AD, Fernando Alexandre, da Educação, continua a ser o mais bem avaliado, com 8,9% dos inquiridos a considerarem-no o melhor governante. Apesar das polémicas em torno do número de alunos sem professor, conseguiu manter uma imagem positiva, prometendo maior rigor nos dados e a abertura de um inquérito.
Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, segue como o segundo melhor avaliado (6,9%), tendo ultrapassado com sucesso a polémica em torno de Figo Maduro e os confrontos com chefias militares. Por outro lado, Ana Paula Martins, ministra da Saúde, foi considerada a pior governante por 24,1% dos inquiridos, em grande parte devido à crise no INEM, marcada pela falta de técnicos e greves.
Instituições políticas: primeiro-ministro com melhor avaliação
Luís Montenegro mantém-se como a figura política mais bem avaliada no desempenho institucional, com uma nota de 3,1. Entre as instituições, o Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, obteve uma avaliação neutra de 3 pontos, enquanto o Ministério Público e o Supremo Tribunal de Justiça subiram ligeiramente nas suas avaliações para 2,9 e 2,8, respetivamente.
Por outro lado, a Presidência da República, o Governo e a Assembleia da República mantêm notas negativas, embora próximas da linha neutra, com 2,9 pontos cada. Estas avaliações refletem o equilíbrio delicado entre a confiança e o descontentamento da população com a atuação política no país.